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(in)sensatez

por Catarina Duarte

(in)sensatez

por Catarina Duarte

Sex | 16.10.15

Eu e a tecnologias.

Catarina Duarte

Por vezes, mantenho a leve suspeita que todos os aparelhos eléctricos e electrónicos desta vida se uniram para me tramar.

Desde o telemóvel que, com as sucessivas actualizações, se mantém mais vezes desligado do que ligado, à sua bateria que não dura mais do que um par de horas, até ao computador que encrava cada vez que abro uma folha de cálculo. Já para não falar da televisão que, com as suas boxes e comandos que nunca mais acabam, passo mais tempo a tentar ligá-la do que a ver o programa que, de facto, quero ver. Refiro ainda o fogão que, aparentemente, só é temperamental com a minha pessoa!

De facto, a era tecnológica corre lindamente quando não tem que interagir comigo.

Já faltou mais para aderir aos pombos-correios, ao trabalho da caneta e papel e à televisão clássica onde os quatro canais funcionavam na perfeição. E, quem sabe, termino ainda o dia na fricção de duas pedras que, emoção por emoção, ao menos faço lume com alguma graça.

 

Bom fim-de-semana!

Sex | 16.10.15

Opinião - A Casa de Papel de Carlos María Domínguez

Catarina Duarte

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Sinopse: Os livros mudam o destino das pessoas: Hemingway incutiu em muitos o seu famoso espírito aventureiro; os intrépidos mosqueteiros de Dumas abalaram as vidas emocionais de um sem-número de leitores; Demian, de Hermann Hesse, apresentou o hinduísmo a milhares de jovens; muitos outros foram arrancados às malhas do suicídio por um vulgar livro de cozinha. Bluma Lennon foi uma das vítimas da Literatura.
Na Primavera de 1998, Bluma, uma lindíssima professora de Cambridge, acaba de comprar um livro de poemas de Emily Dickinson quando é atropelada. Após a sua morte, um colega e ex-amante recebe um exemplar de A Linha da Sombra, de Joseph Conrad, em que Bluma escrevera uma misteriosa dedicatória. Intrigado, parte numa busca que o leva a Buenos Aires com o objectivo de procurar pistas sobre a identidade e o destino de um obscuro mas dedicado bibliófilo e a sua intrigante ligação com Bluma.
A Casa de Papel é um romance excepcional sobre o amor desmesurado pelas bibliotecas e pela literatura. Uma envolvente intriga policial e metafísica que envolve o leitor numa viagem de descoberta e deslumbramento perante os estranhos vínculos entre a realidade e a ficção.

Opinião: Resolvi comprar este livro, porque li a opinião da Cláudia, do blog A Mulher que Ama Livros

É um livro pequenino, que se lê num par de horas, cuja história se centra no facto de como os livros podem modificar a vida das pessoas. Está bastante interessante e muito bem escrito. Lê-se muito bem. Aproveitem o fim-de-semana - que se adivinha de chuva - para lerem algo do género, romântico e que nos liga aos livros.

Rating: 4/5

Sex | 09.10.15

Dizem os outros

Catarina Duarte

Uma Casa Cheia de Livros

"Os livros, esses animais sem pernas, mas com olhar, observam-nos mansos desde as prateleiras. Nós esquecemo-nos deles, habituamo-nos ao seu silêncio, mas eles não se esquecem de nós, não fazem uma pausa mínima na sua vigia, sentinelas até daquilo que não se vê. Desde as estantes ou pousados sem ordem sobre a mesa, os livros conseguem distinguir o que somos sem qualquer expressão porque eles sabem, eles existem sobretudo nesse nível transparente, nessa dimensão sussurrada. Os livros sabem mais do que nós mas, sem defesa, estão à nossa mercê. Podemos atirá-los à parede, podemos atirá-los ao ar, folhas a restolhar, ar, ar, e vê-los cair, duros e sérios, no chão.

(...) Os livros, esses animais opacos por fora, essas donzelas. Os livros caem do céu, fazem grandes linhas rectas e, ao atingir o chão, explodem em silêncio. Tudo neles é absoluto, até as contradições em que tropeçam. E estão lá, aqui, a olhar-nos de todos os lados, a hipnotizar-nos por telepatia. Devemos-lhes tanto, até a loucura, até os pesadelos, até a esperança em todas as suas formas."

José Luís Peixoto, in 'Abraço'

Sex | 09.10.15

Coming Out. E se o Museu saísse à rua?

Catarina Duarte

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Que ideia gira!

"Chiado, Bairro Alto e Príncipe Real são os bairros que irão receber nas paredes dos seus prédios reproduções em escala real de 31 obras-primas da coleção do Museu Nacional de Arte Antiga, a partir de 29 de setembro e por um período de três meses. “ComingOut e se o museu saísse à rua?” é uma iniciativa daquele museu em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa e a HP. 

As obras, cuidadosamente selecionadas e reproduzidas em escala real, com molduras e tabelas, tal qual são expostas nas salas de um qualquer museu, ficam expostas ao longo de um diversificado percurso entre os três bairros. Rua Garret, Rua do Alecrim, Rua da Rosa, Rua das Taipas ou Rua D. Pedro V são algumas das artérias que recebem esta interessante e valiosa mostra. 

Também o Largo de São Carlos recebe a exposição, que será inaugurada naquele local dia 29 de setembro às 12h00. "

Qui | 08.10.15

Uma novidade!

Catarina Duarte

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Já estava a ser pensado há muito tempo, foi escrito, foi proposto, acabou por ser aceite e é um sonho (quase) realizado.

O meu primeiro livro está quase a ser publicado, sairá para o Natal, é lindo e espero que gostem tanto dele como eu gostei de escrevê-lo.

É um livro infantil, para criança com 8/9 anos, é amoroso, com ilustrações fantásticas de uma ilustradora muito querida chamada Joana Serra de Matos, que atura há já algum tempo as minhas doideiras e as minhas manias (e alinha em tudo) e que agora me ajudou na concretização deste livro.

Deixo-vos a capa e prometo ir dando notícias sobre o tema!

Paralelamente ao livro, e não podia ter escolhido melhor dia para estas surpresas, acabei por criar uma página de facebook para que me possam seguir neste e noutros projectos na área.

Conto com a companhia de todos!

Qui | 08.10.15

Paixão.

Catarina Duarte

É impressionante como, através do teu olhar vítreo, a fixar o Benfica na televisão, consigo sentir o que pensas, que, naquele momento, ascende a nada. Um êxtase total que só é compreendido por quem, igual a ti, sente o que sentes por um clube. Nunca perceberei mas compreendo. Sei, porque sei que assim é, que não há nada mais forte do que a paixão desmensurada por algo, que nos provoca tantas emoções capazes de nos embalar no nada dos nossos pensamentos.

Qua | 07.10.15

Opinião - Stoner de John Williams

Catarina Duarte

 

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Sinopse: Romance publicado em 1965, caído no esquecimento. Tal como o seu autor, John Williams - também ele um obscuro professor americano, de uma obscura universidade.
Passados quase 50 anos, o mesmo amor à literatura que movia a personagem principal levou a que uma escritora, Anna Gavalda, traduzisse o livro perdido. Outras edições se seguiram, em vários países da Europa. E em 2013, quando os leitores da livraria britânica Waterstones foram chamados a eleger o melhor livro do ano, escolheram uma relíquia.
Julian Barnes, Ian McEwan, Bret Easton Ellis, entre muitos outros escritores, juntaram-se ao coro e resgataram a obra, repetindo por outras palavras a síntese do jornalista Bryan Appleyard: "É o melhor romance que ninguém leu". Porque é que um romance tão emocionalmente exigente renasce das cinzas e se torna num espontâneo sucesso comercial nas mais diferentes latitudes? A resposta está no livro. Na era da hiper comunicação, Stoner devolve-nos o sentido de intimidade, deixa-nos a sós com aquele homem tristonho, de vida apagada. Fechamos a porta, partilhamos com ele a devoção à literatura, revemo-nos nos seus fracassos; sabendo que todo o desapontamento e solidão são relativos - se tivermos um livro a que nos agarrar.

 

Opinião: Este livro é a prova que não são precisos grandes enredos, grandes tramas, para se fazer uma boa obra. A vida, como ela é, dá bem conta do recado.

Uma história que, basicamente, tinha tudo para ser enfadonha: a história de vida de um professor universitário: uma pessoa calada, virada para dentro, incapaz de tomar uma decisão a nível pessoal, que ama o seu trabalho acima de qualquer outra coisa.

Mas, assim que pousei o livro na mesa, depois de o terminar, suspirei um: whatttt?? Que poder de livro!

Uma história simples, muito angustiante, triste, mas que se lê num sopro. Personagens muito bem trabalhadas, diálogos muito bem conseguidos, ambientes carregados e definidos, cumprindo, na perfeição, o seu propósito.

Uma história de vida, como dizia uma amiga. E eu acrescento: completa!

Recomendo vivamente esta leitura. Um dos melhores livros que li este ano.

 

Rating: 5/5

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