Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

(in)sensatez

por Catarina Duarte

(in)sensatez

por Catarina Duarte

Qua | 31.08.16

Criar inspiração.

Catarina Duarte

Há momentos em que sinto a inspiração existir em todos os centímetros de mim.
Sinto-a surgir nos pés, no meio do calçado de trekking, nas pernas bronzeadas, nas mãos cheiinhas. Sinto-a também emergir no cérebro que agora se mantém descansado mas sinto, principalmente, no coração entupido de felicidade.
Nas férias, torno-me repleta, a transbordar de realização, de ideias, muitas delas, possivelmente, não sairão das conversas a dois mas, muitas outras, vão, com toda a certeza, passar da caneta para o papel e do papel para a minha vida.
Boa música, bons livros, boa companhia, muita conversa, muita fotografia, paisagens de cortar a respiração, melhoradas, sempre melhoradas, pela visão romântica e feliz que ganhamos quando estamos de férias.

 

Instagram www.instagram.com/catarinaduarte.words

Facebook https://www.facebook.com/catarinaduartewords

Ter | 30.08.16

País Basco: Bilbao.

Catarina Duarte

DSCF6147.JPG

 

Não conseguia voltar a pincelar Bilbao sem perder algum tempo no Guggenheim Museum Bilbao – fui ver duas exposições temporárias sendo que uma delas, não me encheu propriamente as medidas e foi, assumo até, uma pequena desilusão. Refiro-me à “Shadows” do Andy Warhol.

Porém, a segunda temporária que visitei foi muito boa mesmo, chama-se algo como “A escola de Paris”, onde podíamos apreciar maravilhas de Picasso, Delaunay e Kandinsky – entre outros.

Independentemente da visita que, pela segunda exposição, já valeu, é sempre bom pisar um palco onde o cheiro a arte ocupa todos os detalhes, onde em cada sala há a aragem visível de inspiração artística e onde a sua concretização é palpável e real.

O museu é muito original, com espaços muito amplos e de uma beleza arquitectónica incomum. Vale bastante a pena visitar e apreciar.

 

DSCF6126.JPG

(Exposição "Shadows" de Andy Warhol) 

 

Seguimos até Casco Viejo, um bairro conhecido pelas suas sete ruas que lhe conferem um charme próprio e original, onde os restaurantes e as lojas são mais que muitas. E, sim, foram pintxos e mais cañas e mais pintxos que nesta terra come-se bem como tudo! 

Passeamos bastante pela cidade, palmeando-a, passo após passo, com vagar e curiosidade. Arquitectonicamente falando, posso afirmar que Bilbao tem edifícios cheios e com carisma.

 

DSCF6117.JPG

 

DSCF6165.JPG

 

É uma cidade com bastante animação e vive, noite fora, agarrada ao entusiamo das suas pessoas – apanhámos as festas da cidade chamadas “Aste Nagusia” o que ainda lhe deu mais singularidade.

 

DSCF6163.JPG

 

❤︎

 

Mais sobre esta viagem em posts anteriores.

 

Outras fotografias https://www.instagram.com/catarinaduarte.words/

Seg | 29.08.16

Astúrias e Cantabria: Praias

Catarina Duarte

DSCF6056.JPG(Praia de Langre)

 

As praias no norte de Espanha, pelo facto de terem recortes estratégicos feitos nas rochas, são de uma beleza estonteante. Encontram-se ora grandes baias, ora pequenos areais. Encontra-se até uma praia invertida, onde a rocha está no sítio onde devia estar o mar.

 

DSCF5959.JPG

(Praia Gulpiyuri) 

Uma praia de areia fina, existente devido ao facto de o mar ter conseguido "cavar" encosta dentro.

DSCF6058.JPG

 

DSCF6107.JPG

 A praia de Langre é também conhecida e procurada por surfistas - vale a pena visitar.

❤︎

Mais sobre esta viagem em posts anteriores.

 

Outras fotografias https://www.instagram.com/catarinaduarte.words/

 

Dom | 28.08.16

Mais sobre Espanha - León: Picos de Europa (Caín)

Catarina Duarte

DSCF5908.JPG

 (desfiladeiro no trekking que une Caín a Poncebos)

 

Decidimos entregar-nos a um trekking, esculpido nas rochas, com o rio como companhia, num dos pontos dos Picos de Europa.

Sobre o mesmo percurso, havia duas opções possíveis, na ligação entre Caín e Poncebos: começar por um lado ou por outro?

Decidimo-nos pelo mais bonito – e pelo que nos ficava mais longe – começamos por Caín, com o compromisso de andar até conseguir, tendo sempre presente que teríamos que reexecutar o caminho, para regressar.

A aragem fina acompanhou-nos ao longo do percurso de ida - sendo que apenas fizémos uma hora para cada lado. À volta, o sol soltou-se das nuvens e trouxe uma onda de calor que se condensava fortemente no desfiladeiro que visitávamos.

 

DSCF5890.JPG

 

Os limites estão muitas vezes cimentados nas nossas cabeças. Impomos, com bastante facilidade, barreiras ao que conseguimos e, pior ainda, ao que queremos.

Castramos as nossas realizações como se elas fossem alvos inatingíveis e dificilmente concretizáveis.

Quando iniciamos o “trekking”, este percurso entre Caín e Poncebos (que, a caminhar, se faz em, aproximadamente, três horas – para cada lado), vi um senhor, de lenço de cornucópias azuis preso na testa, fazer a dita caminhada, sem uma perna, apenas com o auxílio de umas muletas e de um amigo. Vi-o ir. Vi-o regressar.

 

DSCF5892.JPG

 

Não querendo percorrer filosofias básicas, nem frases já muito escutadas, de facto, a força daquela imagem ganhou contornos de superação e ganhou, especialmente, vontade desenhada e cravada aqui dentro. Quero perpetuá-la e nunca permitir que caia no saco roto dos dias, no suave e subtil andamento das horas. Não quero que desapareça o foco, o objectivo, a razão porque fazemos as coisas. Quero continuar com garra, com força nas batalhas a que me entrego, dia após dia, sem dor ou com dor, pouco importa. Por uma única razão: porque as batalhas, como o percurso de Caín a Poncebos, para o senhor sem perna, são todas para percorrer e sempre para ganhar.

 

DSCF5920.JPG

❤︎

Mais sobre esta viagem em posts anteriores.

 

Outras fotografias https://www.instagram.com/catarinaduarte.words/

Sab | 27.08.16

Astúrias: Picos de Europa - Covadonga e Lagos.

Catarina Duarte

FullSizeRender.jpg

(Se uma Catarina incomoda muita gente...)

 

Parti para esta viagem olhando-a mais como situação de recurso do que outra coisa qualquer. Não tínhamos marcado nada em tempo útil e a vontade de passear por fora do país suplantou todos os desejos que tínhamos por dias fáceis vividos na praia.

O que não estava à espera é ter tanto e de tanta qualidade por onde mergulhar.

 

DSCF5728.JPG

(Covadonga)

 

Resolvemos ir passear para os Picos de Europa, em especial para Covadonga.

Covadonga é um santuário católico, onde se pode ver a Basílica e também a Santa Cova. Assim que lá cheguei, rodeada por uma estrada de montanha, onde o verde predominante embaciava os óculos que trazia e, olhando para cima, vi a Basílica, não consegui travar um “ahh!”, exclamado e maravilhado, que saiu disparado boca fora. É, de facto, imponente e maravilhoso e altamente recomendável. Subimos até à Basílica onde, lá dentro, tentando-nos abstrair do barulho pisado dos turistas que entravam, nos fechamos em pequena introspecção.  

Depois de inspeccionarmos a Santa Cova, uma pequena igreja cravada na gruta, reunimos energias para subir e visitar os lagos. 12 km é a distância que separa a Basílica dos lagos, um percurso que tem tanto de maravilhoso como de assustador uma vez que foi feito num autocarro existente para o efeito em estradas curtas e recortadas (julgo que, em agosto, até às 20.00 não passam carros particulares).

 

DSCF5748.JPG

 

Os Lagos. Bom, os Lagos. São dois. Há percursos de caminhada definidos. São óptimos, bem identificados, cansativos mas (muito) compensadores.

 

DSCF5859.JPG

 

DSCF5860.JPG

 

Erva curta e rasteira. As montanhas a envolver os lagos. Vacas que se multiplicam em pastagem sem fim. E uma sensação de plenitude a abraçar as nossas férias.

 

DSCF5886.JPG

 ❤︎

 

Mais fotografias aqui https://www.instagram.com/catarinaduarte.words/

Sex | 26.08.16

Astúrias: Oviedo e Cudillero.

Catarina Duarte

 

DSCF5666.JPG

Não dá para reduzir Espanha a Espanha. E é, até de certo modo, injusto, diminuir este país, com tamanha diversidade, a uma única palavra.

Fazendo juz à verdade, com total clareza e exactidão, este local por onde agora viajo é, primeiro que tudo, composto por regiões, todas autónomas, em estados mas, principalmente, em beleza. Não são comparáveis e montam as suas vidas, de forma concreta, nas suas próprias singularidades: assumidas e orgulhosas.

Astúrias é um pedaço maravilhoso: carrega em si tanto o fardo montanhoso como a ligeireza do mar.

DSCF5672.JPG (Cudillero)

 

Começamos por Cudillero, uma vila pitoresca, cuja primeira imagem com que nos deparamos, contrastante com o dia cinzento que apanhamos, é de inúmeras casinhas coloridas, elegantemente perfiladas numa encosta irregularmente resguardada. Vale muito a pena analisar este pequeno povoado, acompanhando a visita com bom marisco.

DSCF5686.JPG(Oviedo)

 

Seguimos para Oviedo, capital das Astúrias. Oviedo é uma cidade elegante e com bastante personalidade. Nas suas ruas clássicas desfilam lojas e bons restaurantes. Entre uma favada das Astúrias e um copo de cidra servido de forma original, vamos mordendo o ambiente, sempre movido e alegre, das noites desta cidade.

Nota máxima para Oviedo. Uma cidade onde, certamente, irei regressar.

 

Outras fotografias https://www.instagram.com/catarinaduarte.words/

 

Qui | 25.08.16

Galiza: Ilhas Cíes.

Catarina Duarte

ilha de cíes.JPG

As Ilhas Cíes são uma reserva natural e compreende-se, naturalmente, pela forma naturalmente poupada e naturalmente cuidada como a mesma é mantida. Os avisos são muitos e frequentes e os sacos do lixo são oferecidos assim que embarcamos – todo o cuidado é pouco, e isso sabem eles bem, quando o objectivo é manter imaculado o melhor que a natureza nos dá. Falam-me da beleza das praias e questionam-me se são assim tão bonitas. Bom, claro que são. Mas, se me perguntassem, se prefiro a água azul e cristalina acompanhada pelo seu areal extenso e branco ou a paisagem verdejante que o faz acompanhar, assumo que ficaria dividida. De um lado, existe um mar revolto, de outro lado, ostenta-se uma baía cristalina, ao centro, abrilhanta-se um lago e, em redor das ilhas, uma paisagem de cortar a respiração.

O equilíbrio, bom, o equilíbrio é perfeito, qual fio-de-prumo, qual quê. E esta é também a resposta a quem me pergunta se as praias são assim tão bonitas. Claro que são. Mas o equilíbrio do que a natureza é capaz de concretizar, esse, atinge, sem medos nem danos, a sua perfeição neste ponto do mundo.

DSCF5602.JPG

 Outras fotografias https://www.instagram.com/catarinaduarte.words/

Pág. 1/5