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(in)sensatez

por Catarina Duarte

(in)sensatez

por Catarina Duarte

Ter | 09.05.17

A televisão e o Maluco Beleza.

Catarina Duarte

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A forma como olhamos, hoje, para televisão e para os seus conteúdos, nada tem a ver com a forma como os meus avós, por exemplo, olhavam.

 

Em casa da minha avó, a hora do telejornal era sagrada, bem como a hora da telenovela. Uns aos outros, os programas sucediam-se e a vida quase que girava em torno daquela caixinha mágica. Poucos canais existiam, na altura. Porém, eram mais do que suficientes para o mundo que se pretendia ser.

 

A televisão evoluiu. Nós também. E a nossa relação, por acréscimo, alterou-se.

 

Hoje em dia, com a possibilidade de “puxar para trás”, toda uma nova realidade se abriu. Já não há aquele sentimento: às 20h00 vai acontecer não-sei-o-quê e, religiosamente, parávamos todos à frente da TV para ver. Não! Hoje vemos quando queremos: aparece no feed do Facebook, abrimos o Youtube, revemos as vezes que forem precisas. Não é mau. É só diferente. Estamos mais independentes.

 

O Youtube, aquela rede social que não dá jeito nenhum porque não dá para ver nem na escola nem no trabalho porque tem som, começou a ganhar força, muita força mesmo, especialmente, nas camadas jovens.

 

E, com isto, surgiram novos projectos. Com uma atitude diferenciadora, em formatos inovadores, com gente interessante, a construírem conversas despretensiosas e agradáveis. Tudo à distância de um ecrã e da nossa vontade de carregar no play: agora apetece-me, agora não me apetece. O Maluco Beleza, do Rui Unas, é um caso desses. Estes novos formatos surgem agora longe da televisão: são projectos que já não precisam de serem aceites para existirem! Só precisam da vontade de quem os faz.

 

E eu ponho-me a pensar: se calhar, financiar um projecto destes, que ouço, que vejo e que gosto, que me faz parar durante algumas horas da minha vida para conhecer o lado B de pessoas que considero interessantes, faz mais sentido do que pagar a televisão que não vejo.

 

É um canal aberto? É! Qualquer pessoa o pode ver? Sim! Sem qualquer custo? Sim! Então, porquê pagar?, perguntam vocês. Porque, se pagamos os meios de comunicação tradicionais, com o mesmo propósito, porque não o fazer também num canal que gostamos e que também tem contas para pagar para poder existir?

Seg | 08.05.17

Uma Disneyland chamada Lisboa.

Catarina Duarte

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Não sou nada aquele género de pessoa que está sempre a maldizer a quantidade de turistas que a sua cidade tem.

Em parte, não o faço porque reconheço a sua importância na nossa economia mas também (e, talvez, principalmente) porque tenho um certo orgulho da minha cidade estar a ser eleita como o destino de férias de alguém. Afinal de contas, com tantas cidades no mundo, foram logo escolher a minha!

Tem que haver justiça: o turismo melhorou Lisboa - tornou-a (ainda) mais luminosa, as suas ruas foram tratadas, os prédios vestiram-se com as suas melhores roupas e o rio, bom, o rio, que andou envergonhado durante anos, ganhou o papel que merecia: finalmente, a cidade deixou de estar centrada no seu próprio umbigo e abriu-se para o seu enorme Tejo.

 

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Porém, como “não há bela sem senão”, nos miradouros mais badalados da cidade já pouco se ouve falar português, em algumas ruas desta Lisboa, que até há bem pouco tempo se mantinha sóbria e envergonhada, passam agora grupos intermináveis de miúdas, todas vestidas de igual, alegres e escaldadas, a entoar cânticos divertidos, em alguns restaurantes, a primeira ementa surge já em inglês e os pratos tendem a levar aquele twist de understandings e sardines. O trânsito está caótico, os tuk tuks aumentam a olhos vistos e deu-se a multiplicação dos elétricos (dos 28 e dos outros). Sobe-se a Graça e é só escolher: montinhos de ingleses, chineses e franceses - ordenados em grupos, acompanhados por guias, a vibrarem com os elétricos e com os locais, enquanto alçam a máquina fotografia para pararem no tempo o bom tempo que se vive nesta cidade. É difícil deslocarmo-nos de carro nas zonas mais turísticas: a prioridade e o carinho estão agora voltados para os veículos turísticos. Na verdade, sinto-me a mais nesta cidade que é minha!

 

Tenho orgulho, claro que sim. Mas tenho também muitas saudades de ter Lisboa só para mim, de poder namora-la em paz, de poder passear tranquilamente, de poder vivê-la de forma recatada e tranquila.

 

No final do dia, entre a saudade e o orgulho, acabo sempre por ficar feliz. A minha cidade, Lisboa, é agora adorada por todos – na verdade, agora que penso nisso, não era justo guardá-la só para mim.

 

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Qua | 03.05.17

The night.

Catarina Duarte

O trânsito, hoje, no meu regresso a casa, estava caótico. Eu, que me resigno sempre ao “pára-arranca” da cidade, estava a ficar irritada: já era relativamente tarde e eu só pensava no jantar que queria ter, descansada em casa, com o Ricardo.

Imediatamente antes de começar a rogar pragas ao mundo surgiu, leve e ligeira, esta música. E eu, bom, eu fiquei por ali, naquele metro e meio de carro que é o meu, a pensar que até no mais caótico trânsito, até no mais pequeno carro, até na mais pequena música, alguma sorte pode existir. A minha aconteceu ali.

Ouçam que vale a pena.

 

 

Ter | 02.05.17

Workshop Escrita Criativa em Lisboa - NOVA DATA

Catarina Duarte

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Vou abrir um novo Workshop de Escrita Criativa.

Dia 27/05, das 15h00 às 19h00, na Livraria Ler Devagar (Lx Factory), em Lisboa!

 

Deixo-vos a opinião, sobre o anterior Workshop, de alguns participantes:

 

“Gostei de participar no curso de escrita criativa! É dinâmico, criativo e o tempo voa. Achei muito interessante o facto da Catarina fazer diversas referências literárias. É um curso à medida de todos. Não é preciso ter experiência na área,  basta ter curiosidade ou querer sair um pouco da zona de conforto. Gostei muito.”      

Cláudia Oliveira Simões

 
"Gostei imenso deste curso, não só pela forma dinâmica e intimista com que a Catarina aborda as questões mas também pela diversidade de exercícios. O curso ajudou-me a estimular a minha criatividade e a abordar a escrita de forma mais profissional. E trouxe comigo uma série de novas técnicas e "desbloqueadores" de escrita que têm sido muito úteis em momentos de menor inspiração!"      

Rita Viegas

 

Para inscrições/informações, enviar e-mail para -> escritacriativainfo@gmail.com

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