Pessoas que se levam demasiado a sério: eu não tenho paciência para vocês.
Pessoas que se levam demasiado a sério: eu não tenho paciência para vocês.
Podia terminar este texto aqui mas vou, porque é preciso, desenvolvê-lo.
Na transparência da minha cara, na comunicação não-verbal do meu corpo, eu não poupo. Tenho perfeita consciência disso e até, bom, até devia ser algo que devia trabalhar.
Para vocês, pessoas que se levam demasiado a sério: percebo que desenvolvam a seriedade em vocês, que bloqueiem a gargalhada jocosa devido ao facto de estarem num ambiente sério, que travem a frase trocista por não quererem que haja ricochete e, mais tarde, que o feitiço se vire contra o feiticeiro, que se apresentem perfeitamente penteados e concretamente vestidos por não pretenderem que a vossa indumentária seja factor de distração quando o vosso objectivo é passar uma mensagem clara.
Pessoas que se levam demasiado a sério, se isto vos tranquiliza: eu percebo-vos. Percebo-vos e mais: invejo-vos. Porquê? Porque eu não sou assim: eu tenho sérias dificuldades em controlar a gargalhada em ambientes formais (eu diria que “especialmente” em ambientes formais), percebo-vos porque tenho a língua demasiado afiada e isso significa dar, ocasionalmente, o corpo às balas e percebo-vos porque queria, demasiadas vezes, que a minha roupa estivesse alinhada e o cabelo direito para acompanhar a mensagem de seriedade que pretendo (tantas vezes) transmitir.
Pessoas que se levam demasiado a sério: eu percebo-vos porque também eu queria (oh, se queria!) levar-me mais a sério do que aquilo que me é possível levar.
Desculpem, mas, talvez (e principalmente), por não vos conseguir acompanhar, pessoas que se levam demasiado a sério: eu não tenho paciência para vocês.