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(in)sensatez

por Catarina Duarte

(in)sensatez

por Catarina Duarte

19.12.17

O rapaz que esperava.

Catarina Duarte
No outro dia, aconteceu-me uma situação algo estranha.   Entrei num determinado restaurante onde temos que pedir ao balcão e, só depois do pedido estar terminado, é que nos dirigimos para a nossa mesa. Eu estava, obviamente, de pé. Atrás de mim, as mesas estendiam-se todas. O restaurante não é muito grande nem, na verdade, muito pequeno: deve sentar umas cinquenta pessoas mas, àquela hora, só lá estava eu e mais um rapaz sentado numa das mesas mesmo atrás de mim, de costas (...)
18.12.17

Já não gosto de gravatas.

Catarina Duarte
Já não gosto de gravatas. Sei o seu peso. Sei a sua formalidade. Conheço de cor a sua importância. Com a gravata vem sempre uma pseudo superioridade intelectual que, muitas vezes, tantas vezes, não passa disso mesmo, de uma pseudo, enganadora, falsa superioridade intelectual.   Outras vezes, não falamos em pseudo superioridade porque existe, de facto, essa mesma superioridade intelectual, o que quer que ela, de facto, signifique.   Com as gravatas, com os fatos iguais, (...)
17.12.17

Há um tempo para tudo.

Catarina Duarte
Há um tempo para tudo.   Há um tempo para vivermos a Islândia com mais luz, há um tempo para visitarmos o Japão com as amendoeiras em flor e há, claro, um tempo para mergulharmos no Oceano Índico sem monções.   Mas há, também, um tempo para fazer, para criar, para realizar ou, pelo contrário, para assumir o abandono de algo.   Por vezes, dizem-nos que nos devemos desligar ou ligar, que devemos fazer ou abandonar e nós não entendemos a mensagem. Mantemo-nos focados (...)
14.12.17

Será que já não estou para fretes?

Catarina Duarte
    Com a idade – e com a consequente escassez de tempo para as actividades que, de facto, gosto – fui-me tornando uma pessoa relativamente seletiva.   Mas, atenção, esta seleção não é feita de forma consciente nem reveste contornos de snobeira crónica (juro). Mas, o que é certo, é que existe! Basicamente, consiste numa miscelânea de comportamentos que tenho vido a adoptar.   Como, muitas das vezes, é o meu corpo (ou o subconsciente?) a guiar para onde quero ir porque, (...)
28.09.17

Dream.

Catarina Duarte
  Hugh Helner, fundador da Playboy, morreu hoje aos 91 anos. Que a frase acima acompanhe todas as nossas decisões ao longo do tempo que cá andamos.
25.09.17

Há profissões e profissões, diziam eles.

Catarina Duarte
Ao longo da nossa vida (feliz por constatar que esta tendência não está a evoluir) fomos ouvindo que Arquitectura, Engenharia, Medicina e Advocacia é que eram profissões que “sim, senhora”.   A minha geração cresceu, a título de exemplo, a não considerar Cozinheiro ou Fotógrafo como uma opção, na altura de escolher um curso. Até porque, verdade seja dita, onde é que Cozinheiro ou Fotógrafo se enquadrava nos quatro agrupamento que tínhamos à escolha?   O mesmo (...)
25.09.17

Todas as noites.

Catarina Duarte
O abrir de uma garrafa tem um barulho próprio, nós sabemos bem qual ele é: começa com a ponta afiada do abre-garrafas a rasgar o involucro que sustém a rolha e termina com a sensação de deleite num copo vazio.   O medo de abrir a garrafa, nela, aumentava, noite após noite, sempre mais um bocadinho.   Quando a casa se vestia de luto, quando os miúdos adormeciam embalados numa tranquilidade que não existia, ela escorregava da cama já quente, percorria descalça o corredor (...)
22.09.17

As senhoras da Avenida de Roma.

Catarina Duarte
É muito doce, mesmo muito doce, mas também muito honesto: elas caminham, velhinhas e a rua, de mãos dadas, como se uma já não conseguisse viver sem a outra. Não inventam, não se escondem: encaram a realidade crua de uma ainda existir porque, lá está, a outra também existe.   Pertencem à Avenida de Roma, não há nada a fazer: são iguais à sua calçada, rijas e pouco lisas, mas, também, iguais às paredes dos prédios envelhecidos mas ainda com muita piada.   É (...)
21.09.17

Fazer as pazes.

Catarina Duarte
Depois de escrever o texto sobre como encaro o processo de felicidade, lembrei-me que um bom ponto de partida para haver algum debate sobre o tema, seria contar como tento reajustar-me, diariamente, a mim própria.   Não percebendo nada de psicologia, sendo esta apenas a percepção de quem gosta de (se) analisar, digo-vos com sinceridade que não ignoro atitudes que me incomodam pois não tenho (e, (...)