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(in)sensatez

por Catarina Duarte

(in)sensatez

por Catarina Duarte

Qui | 31.08.17

Páginas Partilhadas.

Catarina Duarte

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Vou partilhar convosco um projeto, que vai avançar a todo o gás em Setembro, chamado Páginas Partilhadas.

 

Este projeto tem como fundadora a Filipa M. e tem como objetivo estimular a imaginação e a criatividade.

 

Basicamente, todos os meses, vai ser lançado um tema (o de Setembro é ARRISCAR) e, à volta dele, os autores associados ao projeto vão desenvolver um texto.

 

Se alguém estiver interessado em participar, deverá enviar um e-mail para paginaspartilhadas@gmail.com.

 

Se querem razões para escrever, aqui têm mais uma!

 

Redes Sociais da Projeto:

 

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Texto da Filipa onde é explicado como proceder

Qua | 30.08.17

Drave, a Aldeia Camuflada.

Catarina Duarte

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Drave, também conhecida por Aldeia Mágica, foi por nós denominada de Aldeia Camuflada.

 

Encontrava-se em falta aqui no blog – mas não esquecida – a nossa odisseia nesta aldeia, cujas casas feitas de pedra se misturam com as rochas que as circundam.

 

Já tínhamos feito uma primeira tentativa de conhecer esta aldeia enfiada no meio dos montes mas, é importante assumir, não correu bem: era outono quase a cair para o inverno, o carro que nos transportava não era o mais adequado e fomos obrigados a abortar a missão.

 

Aproveitamos, então, estarmos perto de Drave durante estas férias e lá iniciamos nós a segunda tentativa de a conhecer.

 

Se pudesse dar só um conselho a quem se vai aventurar é: levem um jipe (ou um carro pelo qual não tenham um grande amor) – mas, atenção, uma (grande) parte do percurso é feita a pé e, por isso, ver o segundo conselho: levem calçado confortável.

 

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Desta vez, fomos bem apetrechados: arranjamos um carro que ajudou na descida, levamos uma lancheira com comida e (bastante) água, levamos uns sapatos confortáveis e não escorregadios e lá fomos nós.

 

É altamente conveniente levar lancheira e água pois não há qualquer loja ou restaurante. Há apenas uma torneira com água potável. Não há cobertura de telemóvel (apenas – e com pouca rede - MEO).

 

Por iniciativa da família Martins, a família emblemática deste local, na década de 90 chegou o telefone a esta aldeia.

 

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Drave está integrada no Geoparque de Arouca e foi habitada até ao início do século. Esta aldeia está “ocupada” por escuteiros que, ao longo dos tempos, têm vindo a cuidar dela: tratam das casas, reparam algo que esteja deteriorado, etc.

 

Tem inúmeras piscinas naturais onde é possível descansar e tomar banho. 

 

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A visita a aldeia é feita apenas a pé mas vale cada milímetro andado. É, de facto, uma experiência muito diferente.

 

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Se pudesse dar um terceiro conselho seria : Aproveitem! Vale bem a pena!

 

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Ter | 29.08.17

As pessoas dos retrovisores parecem-me diferentes.

Catarina Duarte

No trânsito, parados ou encostados com os quatro piscas: estamos sempre dançando com os outros carros, viaturas que escorrem estrada abaixo e deslizam estrada acima. 

 

Parecem-me sempre diferentes, com vidas opostas à minha, com vidas opostas às nossas: talvez até tenham as mesmas rotinas do que nós, talvez até cumpram os mesmos horários, talvez se dirijam aos mesmos locais, talvez, até, se amassem com as mesmas miudezas do que nós, mas não deixam de ser apenas pessoas anónimas, diferentes, distantes.

 

Analisando a cru, distanciando a verdade, as vidas destas pessoas sem nome, que se passeiam pelos mesmos passeios, que rolam pelas mesmas estradas, que param nos mesmos semáforos, as vidas delas, destas pessoas dos retrovisores que todos os dias vemos, que, até, todos os dias reconhecemos, são sempre, esmagadoramente sempre, mais iguais entre elas, mais iguais entre as nossas, do que achamos possível serem.

Qui | 24.08.17

Sobre a polémica da Porto Editora.

Catarina Duarte

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É assustador que, num país que se diz democrático, se "recomende" que sejam retirados livros do mercado. 
Se temos o direito de não gostar da abordagem dos livros Porto Editora? Sim, claro que temos.
Se temos o direito de investigar se há alguma lógica nisto (alguma característica inata que, nesta fase de vida, justifique) de existirem exercícios com grau de dificuldade diferente consoante o sexo? Sim, claro. 
Se temos o direito de questionar se faz algum sentido, nos dias de hoje, existir um livro cor-de-rosa para menina e um outro de cor azul para menino? Óbvio que sim. 
Se temos, no limite, o direito de nunca mais comprar nenhum livro desta editora? Claro que sim. 
Mas não temos o direito - nunca, em tempo algum - de "pedir" que sejam retirados livros do mercado. É perigoso. É dramático. É o repetir de uma história antiga.
Ultimamente, já são demasiadas as situações a que temos assistido numa tentativa de castrar a nossa liberdade de expressão; demasiadas para um país que se diz tão a favor (e tão traumatizado pela falta) dela.
E eu, bom, eu que escrevo, aliás, todos nós que, de algum modo, escrevemos, temos o dever de nunca ceder a qualquer tipo de pressão para reescrever ou apagar algo. 
É a nossa função em prol daquilo por que lutamos diariamente: a liberdade de expressão, de pensamento e de vida.
 
 

 

 

Qui | 17.08.17

Portugal Incrível.

Catarina Duarte

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Na semana que passou, dei uma grande volta num dos nortes mais a norte de Portugal. Andei profundamente pelo Minho mas também andei pelas Beiras. E foi muito bom.

 

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Sinto que ainda há uma enorme tendência para não valorizarmos Portugal, como se o que vivemos lá por fora é que fosse bom. Somos, na verdade, muito injustos com o nosso país: ele tem tanto, mas tanto, para oferecer.

 

Para além disso, sou uma acérrima defensora que é impossível entender o que acontece além destas fronteiras sem conhecer razoavelmente bem o que neste cantinho se passa.

 

Nestes dias, andei por Monção, por Valença, por Melgaço, mas também por Santa Comba Dão, por Viseu e por Drave, por imensas vilas e por ainda mais aldeias, por barragens e por montes, por montanhas e vales.

 

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Provei, pela primeira vez na vida, figos, aquela fruta que dizia que não gostava mas que, na realidade, nunca tinha experimentado.

 

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Para além dos figos, esta fruta revelação, apanhamos tudo das árvores, esse privilégio díficil de ter em Lisboa.

 

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Mas, e porque não só de fruta se alimenta um homem, também investi fortemente nos cabritos assados no forno, nas carnes nas brasas e nas bolas de Berlim (não perguntem).

 

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Descobri também que as ovelhas minhotas são muito parecidas a qualquer outro tipo de ovelhas.

 

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Devo contar-vos (porque é, de facto, importante) que a menina da cidade deu grande baile, a todos os presentes, a jogar ao pião. Quem se lembra?

 

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Já estamos de regresso deste nosso norte incrível (fica a faltar o texto que prometi sobre Drave).

Para a semana, vamos para outro sítio deste Portugal Maravilhoso.

Podem (e devem) seguir tudo no meu instagram aqui. Espero-vos por lá.

 

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❤︎

Qua | 16.08.17

O terrível momento “Unsubscribe from this list”.

Catarina Duarte

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Todos nós já passamos por este momento.

 

Do nada, pertencemos a uma lista e, devido a essa situação, começamos a receber uma determinada newsletter, na nossa caixa de e-mail, de forma completamente maluca: promoções, campanhas, eventos e conversa fiada, no geral.

 

Não sabemos muito bem como aconteceu – afinal, nunca tivemos qualquer contacto com essa empresa (ou, se tivemos, foi um contacto remoto, ocasional, numa noite de copos, que queremos esquecer) – e, de repente, somos bombardeados com informação, a nossa caixa de e-mail começa a ficar entupida, com todos os seus e-mails misturados (uma mixórdia completa de e-mails com interesse com outros que, de interesse, têm muito pouco), uma salada russa difícil de fugir, pegajosa e fora de prazo – e, logo eu, que nem gosto assim muito de maionese.

 

Há sempre um momento em que dizemos: vou sair desta lista. Sim, malta, há essa opção, chama-se o "unsubscribe from this list" e consiste, basicamente, em carregar num link com o mesmo nome, no fundo dessa newsletter, e depois é só selecionar uma das opções onde explicamos a razão que nos fazem querer abandonar esta newsletter: já não queremos receber esta informação, estes e-mails não são apropriados, são spam, entre outras, muitas outras, opções.

 

Mas, bom, há qualquer coisa que nos faz querer adiar este momento. Nós nunca quisemos, de facto, pertencer a este grupo, não gostamos de estar sempre a ser bombardeados com essa informação, tudo isto é verdade, mas agora que pertencemos ao clã, não queremos sair dele. Parece que o nosso subconsciente sabe que, no momento em que o fizermos, algo de muito bombástico vai ser noticiado por este canal e que pode mudar a nossa vida para sempre.

 

É triste e, especialmente, difícil fazer este corte mesmo quando se trata de algo que já não gostamos.

 

Para quem se sente agarrado a estas newsletters, eu tenho um truque: ocasionalmente, percorro todos os meus e-mails, seleciono todos os e-mails de newsletters e analiso, de forma fria e crítica, se de facto me interessa aquela informação. Caso conclua que não, respiro fundo, tomo um calmante (brincadeira, ‘tá?), volto a respirar fundo, e carrego, sem olhar para trás, sem lamentar, no "unsubscribe from this list". É duro, mas é possível. Juro.

 

Caso contrário, ano após ano, sou afogada no meio de e-mails sem qualquer interesse, de marcas com as quais não me identifico,  mas relativamente às quais me mantenho agarrada devido a um receio injustificado de aparecer uma notícia ou uma promoção de um produto, que nunca me interessou, mas que, sem o qual, já não vou conseguir, de certeza, viver sem.

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