Pois é, malta, andava eu a fugir das Newsletters e, de repente, dei por mim a ter necessidade de criar uma!
Qual vai ser, então, a razão da sua existência?
Para vos comunicar temas que não são partilhados aqui no blog mas também para fazer um resumo dos pontos altos de cada mês.
A primeira Newsletter (que está quase, quase a sair por isso têm que subscrever rápido) vai ser muito especial porque, para além de ser a primeira, vai falar sobre um tema que gosto muito: a formação - a importância da formação enquanto profissional mas também enquanto hobbie. E, sim, lá pelo meio há uma novidade sobre este tema!
Estão a ver como vai valer a pena?
Para a subscreverem só têm que ir à barra lateral do blog e introduzirem o vosso e-mail no link disponível para o efeito. É muito simples e rápido!
Estas eleições legislativas têm sido ricas em episódios humorísticos: têm sido muitos, suculentos e brotam de todos os lados. Não fosse a vergonha alheia que representam e até admitia que estão a servir para animar uma já-não-tão-silly-season.
O último que me recordo aconteceu há uns dias quando, Joana Amaral Dias, candidata pela Nós, Cidadãos! à Câmara Municipal de Lisboa, propôs a existência de um espaço segregado, para as mulheres, nos autocarros, para as defender do assédio (aparentemente) constante a que são sujeitas nos transportes públicos.
Pode ser de mim, mas acho que esta sugestão tem assim uns laivos de apartheid, uma segregação que, embora não racial, se faz de forma sexual. E é sempre perigoso quando sugerem a segregação para combater algo que deve ser combatido com educação e instrução.
Esta proposta significa, exactamente, o aposto do caminho que queremos percorrer. É o contrário do objectivo, pelo qual milhares de mulheres lutam (e lutaram), em prol da igualdade de oportunidades e direitos. Qual o propósito? Retroceder? É esta a igualdade que querem construir?
Aponto o caminho a percorrer, o único capaz de combater as desigualdades e de proteger as pessoas: deixem-se de misturar temas e apostem na educação cívica, gastem dinheiro, dinheiro a sério, em formação, percam tempo com as pessoas, ouçam-nas e dêem-lhes educação.
Para terminar, apenas referir que o bom é que, no meio disto tudo, acabei por descobri que os autocarros, hoje em dia, são centros de verdadeira rambóia.
É que, a ser verdade, ao invés de gastar fortunas no Main ou no Bosq todos os fins-de-semana, conheço muito boa gente que vai investir fortemente no passe L1 da Carris (e não estou a falar de mim, hã?): sempre sai mais barato e dá para usar o mês inteiro.
Ao longo da nossa vida (feliz por constatar que esta tendência não está a evoluir) fomos ouvindo que Arquitectura, Engenharia, Medicina e Advocacia é que eram profissões que “sim, senhora”.
A minha geração cresceu, a título de exemplo, a não considerar Cozinheiro ou Fotógrafo como uma opção, na altura de escolher um curso. Até porque, verdade seja dita, onde é que Cozinheiro ou Fotógrafo se enquadrava nos quatro agrupamento que tínhamos à escolha?
O mesmo acontecia com alguém que quisesse ser pintor: o mais certo era ser recambiado para Arquitectura, por “influência” dos pais, pois sempre era mais sexy dizer que o filho tinha um curso superior do que dizer que passava os dias, fechado numa sala, a lançar óleo para uma tela em branco.
Claro que o tempo veio confirmar que há oportunidades em todas as áreas e a prova disso é que hoje temos Cozinheiros com excelentes restaurantes, com reconhecimento à escala planetária, com inúmeros negócios que surgiram devido a um conjunto de factores chave (sendo que, o início da era Lisboa-Cidade-Cosmopolita, onde tudo surge e tudo nasce cheio de glamour, foi, claramente, um deles).
Difícil, ou mais complicado, é arranjar lugares para os arquitectos que as faculdades cospem todos os anos e que, nos dias de hoje, têm que tirar cursos complementares para conseguirem fazer algo minimamente na área (por exemplo, avaliação de imóveis, certificação energética, entre outros).
Não sabendo como me vou comportar na altura da escolha de um curso por um futuro rebento meu, quando o medo, de um potencial desemprego, nos tolda o raciocínio, consigo dizer que, possivelmente, o conselho que darei é que deve seguir as suas valências inatas, aquelas que surgem, cravadas na nossa pele, como um sinal de nascença. Este parece-me sempre um belo princípio.
[Claro que se as mesmas não forem visíveis... (isso fica para outro texto)]
Este texto surgiu no seguimento de um outro que li há uns dias (podem ler aqui), onde a autora do mesmo falava nas profissões que nascem e das profissões que morrem, sem nós darmos por isso.
Há, de facto, algo que nunca analisamos, na altura da escolha de um curso, que é a evolução da sociedade. Cingimo-nos a um horizonte temporal estipulado por nós e que, normalmente, é de curto prazo – é o horizonte temporal que nos permite dizer, na altura em que finalizamos uma licenciatura: esse curso tem saída.
Num contexto de constante mudança, como é este o mundo onde vivemos, é difícil mas temos que nos esforçar para analisar as opções a longo prazo sendo que, a primeira premissa, no mercado de trabalho de hoje é: não há longo prazo nas profissões, no mundo como ele está agora.
Estranho, não é?
Ora, neste texto que vos falei há pouco, a Filipa dá alguns exemplos de profissões que surgiram com o passar dos anos, tais como, especialista em marketing digital, operador de drone ou blogger. É incrível pensar que, há meia de anos, ninguém sabia o que estas profissões significavam e que seriam, possível, as "profissões do futuro".
Hoje pergunto-vos apenas:
Se tivessem dito, quando tinham 18 anos, que queriam ser youtubers, algo que ainda nem sequer existia na altura, qual teria sido a reação dos vossos encarregados de educação?
O mundo gira e gira e gira, sempre a grande velocidade: é bom que nos habituemos a isso.
O primeiro tema lançado foi a palavra Arriscar. O meu texto saiu hoje.
"Sendo uma pessoa que aprecia segurança, a palavra “arriscar” existe, em mim, sempre bem protegida. Costumo almofada-la com certezas, enquadra-la com alguma solidez e revesti-la sempre com garantias."
O abrir de uma garrafa tem um barulho próprio, nós sabemos bem qual ele é: começa com a ponta afiada do abre-garrafas a rasgar o involucro que sustém a rolha e termina com a sensação de deleite num copo vazio.
O medo de abrir a garrafa, nela, aumentava, noite após noite, sempre mais um bocadinho.
Quando a casa se vestia de luto, quando os miúdos adormeciam embalados numa tranquilidade que não existia, ela escorregava da cama já quente, percorria descalça o corredor estreito e repetia, sempre acompanhada pela escuridão da cozinha lavada, a dor do vício a esvaziar outra garrafa.
Regressava depois, aconchegada e quente, à cama vazia e pedia sempre: um bocadinho mais de esperança para a noite do dia seguinte.
"Pessoas que passam a vida a dizer que lêem imenso, que liam Sartre e Tolstoi no jardim de infância, enquanto os outros cantavam o fungagá da bicharada, que têm um vício, uma compulsão, que só param quando começam a chorar da vista, que têm sonhos húmidos com livreiros e que snifam linhas de mofo para fugirem da aridez de um mundo sem literatura, façam-me um favor: não digam que último livro que leram foi “top”. Epá, por amor da santa: não."
Este dia tinha que chegar. Não esperava – sou sincera – que fosse tão cedo. Ora, como sabem, eu sou do Benfica e, como qualquer benfiquista, aceita mas não tolera adversários diretos, especialmente se eles existirem a um raio de dois quilómetros.
Bom, mas isto para dizer que Bruno de Carvalho (Brunete, para os amigos) sempre foi motivo de risada quando a minha malta se junta em tertúlias intelectuais, com o objectivo de debater problemáticas profundas como, por exemplo, se o Samaris é giro, se o Eliseu meteu silicone no rabo (se dão a entender que o da Rita Pereira tem, não entendo porque é que não questionam o rabiosque do Eliseu) ou porque raio é que o filho do Pizzi é ruivo.
E, depois de ver o vídeo do Bruno de Carvalho, a comunicar à família sportinguista que vai ser pai, com um discurso bastante sinistro cujo propósito ou foi enrijar um regime no qual se vê como líder absoluto ou, bom, foi só fazer figura de parvo, concluo que, enquanto esta pessoa ali estiver, vamos ter muitos e bons momentos de entretenimento e, a parte melhor, de forma gratuita.
Fico triste porque, apesar de achar que os sportinguistas merecem muito, não mereciam tanto.
E não, a fotografia acima não é random, vejam o vídeo abaixo e percebem que faz todo o sentido. Ou não.
É muito doce, mesmo muito doce, mas também muito honesto: elas caminham, velhinhas e a rua, de mãos dadas, como se uma já não conseguisse viver sem a outra. Não inventam, não se escondem: encaram a realidade crua de uma ainda existir porque, lá está, a outra também existe.
Pertencem à Avenida de Roma, não há nada a fazer: são iguais à sua calçada, rijas e pouco lisas, mas, também, iguais às paredes dos prédios envelhecidos mas ainda com muita piada.
É impossível dissociar estas ruas, por onde caminhamos, das senhoras envelhecidas que as embelezam: o charme envelhecido desta parte da cidade devido (também) às senhoras que nela habitam.