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(in)sensatez

por Catarina Duarte

(in)sensatez

por Catarina Duarte

Sex | 24.08.18

Opinião: A Mulher Certa, de Sándor Márai.

Catarina Duarte

a mulher certa.JPG

 

“A Mulher Certa” foi o segundo livro que li de Sándor Márai, escritor húngaro que muito aprecio. O livro “As Velas Ardem até ao Fim”, do escritor, tem um lugar de destaque neste meu coração palpitante e, lembro-me bem, no Natal logo após o ter lido, que foi o meu presente para uma série de pessoas: estava determinada em partilhar com o mundo tudo aquilo que o livro me tinha dado!

 

Claro que, repleta de expectativas, lá me encaminhei, com força e determinação, para “A Mulher Certa” que, pese embora tenha gostado, não me circundou, com aquela paixão e clareza, como o conseguiu fazer o livro “As Velas Ardem até ao Fim”.

 

Peço desculpa aos fãs do livro que, sei bem, são mais do que muitos.

 

“A Mulher Certa” é contada por 3 pessoas diferentes, sendo que, no final, é-nos oferecido um bónus e surge uma quarta pessoa a relatar o seu ponto de vista (parcial) da história. Claro que, à medida que cada nova perspectiva nos é dada, vai-nos sendo também fornecidas novas informações, e isso torna a história interessante porque, como sabemos, não há muita coisa pior do que apenas se ter uma versão de determinada história.

 

É um livro que fala de Amor mas também de classes sociais e do que é ter tudo e perder tudo. Fala também de guerra (gostei do enquadramento histórico) e de aceitação e de espera e de tudo o que se pode fazer por amor, sendo que, aceitação e espera, podem sempre fazer parte desta lista. 

 

É um livro bom, sem dúvida. Brutalmente bem escrito, com as personagens (poucas mas boas – bem como eu gosto) muito bem traçadas. Porém, o livro tem também algumas partes penosas de ler, por isso, apenas por isso, não posso dizer que a leitura tenha fluído rapidamente. Talvez a altura em que o li não tenha sido a certa, não sei. No que a este livro diz respeito, a fase da nossa vida em que estamos, julgo que pode afectar muito o quanto gostamos dele.

 

Fui partilhando, ao longo da leitura, algumas boas frases que me foram chamando à atenção. Podem ver todas aqui.

 

E vocês? Já leram Sándor Márai? O que têm a dizer sobre este escritor? 

Qui | 23.08.18

Dizem os outros.

Catarina Duarte

“Peguei-lhe no braço, arrastando-o para a saída. Caminhávamos como dois velhos amigos, nessa intimidade profunda que só pode existir entre dois homens que estiveram na cama com a mesma mulher. Porque, bem vês, é esta a verdadeira democracia.”

 

A Mulher Certa – Sándor Márai

Qui | 23.08.18

Dizem os outros.

Catarina Duarte

“O que é um escritor?... – perguntas. Tens razão, quem é e o que é. Uma grande nulidade. Não tem títulos, graus, poder. (…) Fez-me notar que a sociedade nem sabia que título oficial conceder a um escritor… tão pouco considerado é. Ora lhe erguem um monumento, ora o atiram para a prisão. Mas, na verdade, um escritor nada é, nem ninguém, para a sociedade, além de se divertir com a pena.”

A Mulher Certa – Sándor Márai

Qua | 22.08.18

Cinco curiosidades sobre este blog.

Catarina Duarte

 

Inspirada neste texto, resolvi partilhar convosco cinco curiosidades sobre este blog. Estavam à espera?

Vamos lá então:

 

Este blog não é o meu primeiro blog.

Antes do Insensatez, tive um blog chamado “Croquete e Girassol” (sempre tive muita imaginação) e, aqui, no Sapo, comecei por criar um chamado Desassossego que teve meio segundo de vida porque logo a seguir criei o Insensatez e estou muito feliz por, este último, ter sido o eleito :)

 

Escrevo todos os dias para o blog.

Às vezes, escrevo apenas frases soltas que dão textos; outras vezes, são apenas ideias. Escrever todos os dias para o blog é um compromisso meu, mesmo que signifique haver dias em que não escrevo rigorosamente nada.

 

De todo o conteúdo do blog, acredito que os meus contos sejam os textos mais difíceis de ler.

De tudo o que está escrito aqui no blog, acredito que os meus contos sejam os textos mais difíceis de ler, neste contexto de internet, em que tudo é veloz e a informação tem que passar de forma rápida.

Mas também é aquilo de que tenho mais orgulho e que tem mais peso naquilo que quero construir associado à escrita. Se não leram, estão todos aqui. Deixem nos comentários o que acharam.

 

Os meus textos mais comentados são sobre a actualidade.

Divago muito aqui no blog. Apanho uma situação na rua e escrevo sobre ela, dou-lhe a volta e, entretanto, já estou a escrever sobre outro tema. Falo sobre sentimentos, sobre saudade e sobre Lisboa. Mas o líderes de comentários aqui no blog são textos relacionados com a actualidade, especialmente se tiverem uma pitada de polémica. São eles:

 

Os blogs são dinâmicos e este não é excepção.

Inicialmente, a ideia não era ter um conteúdo tão alargado como aquele tenho hoje. Nunca tinha ponderado escrever sobre viagens ou sobre escapadinhas, por exemplo. Mas, depois, aos poucos e poucos, o vosso interesse foi surgindo e eu adaptei-me. Neste momento, posso dizer que o Insensatez é um blog que foca temas como a actualidade (abordando os assuntos mais controversos) mas também temas como livros e escrita e escritores e arte (falando sobre exposições, filmes, museus e espetáculos) e até mesmo sobre as tais viagens e escapadinhas. Aqui também é possível encontrar vários tributos a Lisboa e contos inéditos.

 

E esta sou eu - a cara por detrás do Insensatez (mas isso, se me seguem no instagram, já sabem):

Catarina Duarte2.jpg

 

E vocês, são leitores deste blog há muito tempo? O que mais gostam de ler por aqui?

Qua | 22.08.18

Campeões de Likes.

Catarina Duarte

like facebook.jpg

 (Imagem retirada do pixabay)

 

Deve haver por aí um ou outro estudo sobre o tema, sobre o que é que dá mais likes nas redes sociais, mas eu resolvi fazer o meu próprio trabalho de casa. Atenção que os resultados abaixo apresentados são altamente credíveis, cientificamente provados, e baseados no mais profundo trabalho de investigação alguma vez efectuado sobre o tema.

 

Para facilitar a partilha dos resultados, podia fazer um ranking com números, com letras ou com “is”, mas resolvi dividir por medalhas, olhem, nem sei porquê, talvez por questões práticas. Sim, parece-me um bom argumento.

 

Então, deixo abaixo o que dá mais likes nas redes sociais, para seguirem à risca se quiserem, lá estar, ser Campeões de Likes neste renhido Campeonato do Mundo de Quantos Mais Likes Melhor:

 

Medalha de Ouro – Destacadíssimo, em primeiro lugar, neste meu pódio altamente fidedigno está…. a pele! Quanto mais e em maior quantidade, melhor! Com muito incidência, claro, nas maminhas e nos rabinhos;

 

Medalha de Prata – Em segundo lugar, algo que jamais sonhariam: bebés! Não há nada que arranque mais suspiros – diferentes do que os da Medalha de Ouro, atenção! - do que fotografias de bebés. As pessoas amam ver bebés nas suas mais variadas posições, a fazer as mais variadas coisas, quando os mesmos, na maior parte do tempo, só e apenas, se limitam a existir;

 

Medalhe de Bronze  - Amor! Uma beijoca, uma declaração de amor, uma mão dada a outra, um olhar carinhoso, um abraço, sei lá, é toda uma panóplia de opções ao nosso dispor. Neste ponto, o céu é mesmo o limite! Se há coisa que as redes sociais me ensinaram é que as pessoas adoram histórias de amor! Isto faz-me ter alguma fé na Humanidade, confesso. Tudo o que sejam fotografias que transmitam aquela sensação de paixão, de cumplicidade e de amor (mesmo que seja tudo tanga e que, no final do dia, cada um durma para seu lado) é sucesso garantido!;

 

Medalhe de Bronze (sim, há dois terceiros lugares) – Adivinham? Gatos! Eu tenho mesmo muita pena e espero que possamos continuar amigos depois deste desabafo: eu não percebo o fascínio por fotografias de gatos. Não percebo! Se calhar, ajuda o facto de eu não gostar de gatos (sim, eu sei que são muito queridos, muito fofinhos, muito docinhos mas eu sou alérgica e sempre estive mais agarrada a cães) mas é um fascínio que me ultrapassa!

 

Esqueci-me de algum tipo de fotografia campeã de likes? O que é que mais gostam de ver nas redes sociais? 

Ter | 21.08.18

Dizem os outros.

Catarina Duarte

"Mas este homem também sabia que a vingança é pecado. Qualquer tipo de vingança é pecado...e  não há nenhuma vingança legítima. Só temos direito à justiça... Ninguém tem o direito de vingar-se."

A Mulher Certa – Sándor Márai

Ter | 21.08.18

Camisa creme.

Catarina Duarte

Eu tinha uma camisa creme, muito leve, bastante creme, e muito solta e eu gostava da forma como ela pingava e se moldava ao meu movimento sempre que eu andava.

 

Durou mais do que o razoável, seguramente mais do que o expectável para o preço que paguei por ela, e tornou-se, entretanto, na minha camisa preferida.

 

Um dia, não estava mesmo nada à espera, rasgou-se no braço, um rasgão de uma ponta à outra. Foi para o lixo, seguiu o procedimento normal de uma camisa rasgada, mesmo que a mesma tenha sido, durante muito tempo, a minha camisa preferida.

 

No meu roupeiro, a minha camisa creme, leve e solta, aquela que pingava e se moldava ao meu movimento sempre que eu andava, deixou de existir e outras foram tomando o seu lugar, com outros cortes, com outras cores.

 

Até hoje, desde o momento em que se rasgou, passaram uns três meses, nunca mais dela me tinha lembrado. Foi a minha preferida, durante muito tempo.

 

Temos mais desapego do que consideramos ser possível. Unimo-nos demasiado e depois admiramo-nos com a rapidez com que as coisas se substituem, com aquela leveza e soltura que vos falava, tal e qual, como a minha camisa preferida me caía.

Qui | 16.08.18

Democracia de vão de escada.

Catarina Duarte

marine le pen web summit.jpeg

 

Sou muito defensora que a democracia é um caminho que se percorre lentamente, e que só com debate, com o limar aqui e mais um pouco ali, como se de unhas delicadas se tratasse, é que vamos, eventualmente, chegar a uma manicure perfeita, sem peles e com um imaculado verniz bordeaux (viram como, para falar de Marine Le Pen utilizei, na frase acima, duas palavras francesas – nada, neste humilde blog, é deixado ao acaso, meus caros leitores).

 

E, por isso mesmo, quando se tratam de situações que podem eventualmente mexer com o meu conceito de democracia tento puxar, aqui para o blog, o tema para, lá está, debatermos em conjunto.

 

Sobre o Web Summit já tive oportunidade de me confessar (ver aqui), hoje, porém, o tema é mesmo sobre a polémica em torno do convite feito a Marine Le Pen (líder do partido francês União Nacional) para ser oradora no dito evento. Entretanto, com a polémica a aumentar, parece que já foi desconvidada. É sempre uma atitude muito linda!

 

Segundo Paddy Cosgrave, fundador da Web Summit: “É claro para mim que a decisão correta para a Web Summit é rescindir o convite a Marine Le Pen. A sua presença é desrespeitosa para o nosso país anfitrião. E também é desrespeitosa para os muitos milhares de participantes que se vão juntar a nós de todo o mundo”.

 

Alguém me explica por que é que é desrespeitosa a vinda, a Portugal, de uma pessoa que teve quase 34% dos votos nas últimas presidenciais de um país democrático e que não cometeu, que eu saiba, nenhum crime, nem é proibida de exercer qualquer cargo político?

 

Gostava de deixar algumas perguntas:

 

Por que é que só permitimos oradores que têm as nossas cores? Por que é que queremos calar quem tem opiniões diferentes das nossas (sim, é disto mesmo que se trata: calar pessoas!)? Por que é que temos todos muito medo do livre pensamento?

 

Temos assim tanto receio do que os outros pensam?

 

Envergonha-me esta situação. Quando penso em Democracia, não é nisto que penso. Quando penso em Liberdade de Expressão, não é nisto que penso.

 

É lamentável este comportamento.

 

Qual a vossa opinião? Consideram correto não convidar alguém só porque não pensa como nós?

Qui | 16.08.18

Dicas para fazer uma mala de viagem.

Catarina Duarte

Gostava imenso de vos dar algumas dicas básicas sobre como se deve fazer malas de viagem, caso as mesmas, as viagens, sejam de longo curso, e julgo que sou mesmo a melhor pessoa do mundo para as fornecer, as dicas, claro, de forma totalmente gratuita e desprendida, porque eu sou mesmo assim, uma mãos-largas do melhor que este mundo já viu, sempre a distribuir conhecimento aleatório entre as pessoas (nota-se que estou a precisar de férias?).

 

Então é assim: abrir a mala, arrumar a roupa ordeiramente e fechar a mala. Parece fácil, não é? E é mesmo!

 

Se, a isto, vos disser que vou fazer uma viagem de longo curso com uma mala de cabine mais a minha mochila todo-o-terreno, acreditam? É mesmo verdade! E juro que não vou repetir roupa e que levo roupa interior mais do que suficiente (como tenho sempre medo que falte - nunca falta! - até regresso com roupa interior por usar: levo mesmo muita quantidade). Sou a maior a simplificar na altura de fazer malas de viagem!

 

Se se falar em roupa de Verão, como é o caso, então, não há quem me pare. Não há cá estojo com 500 joias e bugigangas, nem 10 pares de sapatos, não há secadores de cabelo nem nada supérfluo que possa-eventualmente-usar. Ou uso ou não uso e sou mesmo boa a analisar friamente qual a baixa-probabilidade-de-uso vs certeza-de-uso.

 

Onde a coisa tende a descambar é sempre nos livros porque, pese embora eu tenha um Kobo para me facilitar a vida no que ao transporte diz respeito, não abdico de levar um ou outro livro em formato papel.

 

Simplificar é sempre a palavra de ordem.

 

E vocês? São adeptos da "técnica simplificar" ou gostam de levar a casa às costas?

Seg | 13.08.18

Trabalhar em Agosto. Em Lisboa.

Catarina Duarte

Tirando as escapadinhas de fim-de-semana que, normalmente, são maiores do que os dois dias dignos deste nome, temos passado, neste Agosto bipolar, muito tempo em Lisboa, pois estamos ambos a trabalhar. Acontece muitas vezes: sendo possível, preferimos trabalhar no início de Agosto e ir, mais tarde, de férias.

 

E há tantas coisas boas nesta opção! Como, por exemplo, haver imenso estacionamento na rua o que, para quem mora num local com estacionamento escasso, como é o nosso caso, sabe, mais ou menos, a leite-creme queimado na altura.

 

Espectacular também é não haver trânsito PARA-LADO-NENHUM. Coloco-me em menos de 10 minutos no escritório, as ruas estão desertas e tudo fluiu com calma e tranquilidade.

 

Mas, para mim, a cereja no topo do bolo é que sinto mais leveza nas pessoas. Estão mais iluminadas e mais calmas, está tudo a meio gás, e paira no ar uma neblina de alegria suave, porque os dias estão grandes e, apesar do trabalho, existe muito para além dele, antes e depois do mesmo, para aproveitar sem qualquer limite.

 

Recomendo!

 

Quando costumam tirar as vossas férias?

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