Companhia e vício.
De noite ou de dia, ela abria muitas vezes o livro, a garrafa de vinho e o maço de tabaco.
Quanto mais os abria, viam os olhos que se encontravam cravados nas suas paredes, mais vontade tinha de os abrir, como se o seu vício não fosse apenas o do seu consumo, mas também o do gesto a que se habituou fazer.
Fazia para se acalmar ou porque não tinha mais tarefas para cumprir mas, na maior parte das vezes, para preencher o vazio preenchido pela solidão.
Os objectos fazem-nos mais companhia do que imaginamos. Fazem sempre mais companhia do que imaginamos.