Tudo muda.
No dia em que fiz 30 anos caiu em mim a consciência de que havia coisas que já não iria conseguir fazer na vida. Ser bailarina profissional era uma delas. Se algum dia o desejei ser? Não, claro que não. O ponto é que, com 30 anos, muitos projectos deixam de ser possíveis, mesmo aqueles que nunca quisemos concretizar.
Aconteceu-me o mesmo com a Maternidade. A ideia de que o Mundo, tal como o conheci durante 34 anos, deixou de existir, tem tanto de belo como de assustador. Surgiu outro Mundo, uma espécie de realidade paralela, difícil de definir, que nos molda e transforma para sempre.
O Mundo de hoje não tem a liberdade ou a irresponsabilidade (se quiserem) do anterior, já não tem o “vou saltar de uma rocha e seja o que Deus quiser”, nem a leviandade com que criava coisas dentro dele, muito menos nele há espaço para a inconsequência dos actos agarrados a si mesmo. Mas se troco este meu novo Mundo pelo anterior? Claro que não! Este é 300 vezes melhor porque tem algo que o outro não tinha: o Manuel. Aquilo que se diz é mesmo verdade: tudo muda. Nem uma ida à casa de banho fica igual. No fundo, até podemos ter saudades de um banho de imersão, mas agora ser este o momento em que podemos estar descansadas a mandar mensagens às amigas, também tem a sua magia.
(das primeiras fotografias do Manel - aqui em analógico💙)