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(in)sensatez

por Catarina Duarte

(in)sensatez

por Catarina Duarte

Dom | 17.09.17

A inspiração e o plágio.

Catarina Duarte

Hoje em dia fala-se muito em inspiração. Na verdade, qualquer processo criativo, desde que existimos, se senta, de forma confortável, na inspiração.

 

Sou mesmo da opinião que qualquer obra que criamos tem por base aquilo que sentimos à nossa volta. Não só surge daquilo por que passamos, das nossas vivências, como também nasce daquilo que vemos, em nosso redor, acontecer: a arte que absorvemos, os livros, as músicas, os filmes, as pinturas a que temos acesso. A inspiração é aquilo que, muitas vezes, nos desbloqueia e que nos dá ânimo para nos desenvolvermos e criarmos algo único.

 

Por alguma razão se diz que um escritor deve ler muito: para aprender, claro que sim, mas também para se inspirar. Os músicos absorvem músicas e histórias e letras e melodias. O Rui Veloso é uma referência e uma inspiração de muitas bandas actuais, por exemplo.

 

Há, no entanto, uma linha que separa a inspiração da cópia.

 

A inspiração é sinal de respeito, é sinal de reconhecimento, é sinal que estamos a construir uma identidade nas artes. A cópia é, exactamente, o oposto: significa desrespeito pelo trabalho alheio, desrespeito por quem passa dias a pensar em determinado propósito. Plágio significa roubo daquilo que de mais puro possuímos: aquilo que nos sai da cabeça, de horas de trabalho, de minutos de dedicação. É pior do que roubar uma carteira, porque nos estão a roubar uma identidade.

 

Dediquei-me a investigar um tema que, não sendo propriamente novo, surgiu agora com bastante força: as músicas do Tony Carreira.

 

Dediquem-se a ouvi-las e, por muito respeito que tenha por tudo aquilo que o Tony Carreira construiu, por tudo aquilo em que se tornou, não consigo perceber como é que alguém desrespeita obra alheia, especialmente, quando é também possuidor de uma.

 

Ouçam e depois digam-me.

 

E mais respeito pelo trabalho alheio, por favor.

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