Arte honesta.
Tem muita graça quando utilizam a palavra honesta para caracterizar um determinado livro ou filme ou arte, em geral, porque eu percebo exatamente qual o propósito deste adjetivo.
Aliás, sobre isso falo, no nível 2 dos meus Workshops de Escrita Criativa, da verdade no que à escrita, nesse caso concreto, diz respeito. É um ponto muito relevante e que faço questão de esmiuçar pela importância que tem.
Por mais voltas que se dê, a honestidade das obras é aquilo que nos aproxima delas. Quando nos identificamos, algures no meio de uma leitura, com determinada história, mesmo que nunca tenhamos passado por ela, é porque estamos a identificar a verdade. Porque, de algum modo, a conseguimos projectar em nós.
É isso que nos faz gostar ou não gostar de um filme, de um livro ou de uma pintura, em específico.
A ausência da verdade, em determinada obra, torna-a, claro, absolutamente desonesta, o leitor apercebe-se logo da ratoeira e desliga e dela se desprende, referindo que é uma obra com a qual não teve grande empatia. Quantas vezes isto nos acontece? Nos textos mais pequenos, que se encontram por este mundo fora, verifica-se, exatamente, o mesmo.
Falar a verdade na arte é como falar a verdade na vida: é obrigatório, é vital, diria mesmo. É uma questão de princípio.