Banco de Jardim.
Não foram as árvores, corretamente esticadas, que serviam de moldura ao banco de jardim da Praça de Espanha, que me chamaram a atenção. Também não foi, tão-pouco, o banco que se endireitava simetricamente entre elas. Foram eles os dois, velhinhos e encurvados, enrolados sobre si mesmos, a dividir o livro que ela mantinha seguro no seu colo. Era um livro grosso, de onde saiam dois marcadores, em partes diferentes da história. Cada um lia à sua velocidade, cada um lia ao seu querer. O amor quer literatura, disso não tenho dúvidas, mas também quer calma, mas também quer paz. E quer, especialmente, árvores e bancos do jardim e o mesmo livro lido, ao mesmo tempo, a duas velocidades. 💛