Dia dos Namorados. Vamos lá!
Eu tenho um lado pouco dado a corações cor-de-rosa e mensagens de “amo-te muito até à eternidade” e, esse mesmo lado, transforma-me, todos os anos, na maior hater do dia dos namorados. É tudo de uma bimbalhice nunca antes vista – aliás – minto - foi vista, pela última vez, no 14 de fevereiro do ano anterior.
O meu lado mais sensato diz que é um desperdício de dinheiro pagar fortunas por um jantar que é, geralmente, de má qualidade e num presente com elevado grau de azeitice que, à primeira oportunidade, se esconde num qualquer armário refundido da nossa casa de férias.
O meu lado mais medroso diz que é suicídio sair de casa, nesta noite, para jantar, sob pena de sermos atropelados por uma avalanche de casais apaixonados. Na verdade, conheço formas mais incríveis de morrer.
Mas, depois, o meu lado mais sonhador, diz que o que é preciso, neste mundo, para além de pipocas doces e praias de areia quente, são oportunidades para nos agarrarmos às pessoas que amamos, não interessa a forma que escolhemos: pirosa ou mais abrutalhada.
Na verdade, tanto faz o formato, e, se calhar, é mesmo boa ideia se substituirmos os corações berrantes por bons livros e um jantar-menú-especial-namorados por um jantar tranquilo em nossa casa. E, garanto-vos, é mesmo saudável e quente e acolhedor se abrirmos o melhor vinho da nossa garrafeira e servimos uma sopa XPTO que vimos num qualquer programa de televisão, porque, no final do dia, serve o propósito que se quer: ajuda-nos a continuar a entender que ainda somos namorados e que, contas feitas, o seremos sempre, pelo menos, enquanto este dia for festejado.
Feliz Dia dos Namorados, à vossa maneira - que é sempre a melhor!