E se deixássemos de escrever à mão? Na Finlândia, isso já acontece.
Falaram-me, há uns dias, que a Finlândia, em 2016, decidiu que os miúdos deixavam de aprender a escrever à mão, passando, deste modo, a dactilografar.
Talvez o meu choque, quando deparada com esta notícia, se prenda com o facto de eu ser bastante mais antiquada do que aquilo que a minha idade indica mas, a verdade, é que esta notícia se agarrou demasiado em mim, ao ponto de eu não falar de outra coisa (sim, é verdade).
Provavelmente, esta questão não se colocará daqui a 100 anos mas, para já, não concebo um mundo sem caligrafia, pela sua importância (por exemplo, na retenção da informação) mas também pelo contacto que temos com o papel e a caneta: aquele contacto físico, motor, próximo.
(Sim, tornei-me naquele género de pessoa que sempre disse que não iria ser: resistente à mudança e que vai ter sérias dificuldades em enviar os sms dos tempos modernos - que ainda vão inventar.)
Não sei, exactamente, os detalhes; não sei se, por exemplo, o cálculo mental, através das contas desenhadas à mão, também foi passado para os cérebros tecnológicos; não sei como tencionam colmatar a falta de laços que o desenho das letras nos cria com a escrita. Não sei.
O que sei é que este mundo está a andar demasiado depressa para a minha mente de 80 anos.
Deixo-vos o vídeo onde está tudo explicado. Vale a pena ver.