Encontrões com a sorte.
Tenho alturas em que me sinto aos encontrões com a sorte.
Depressa, porém, acabo sempre por concluir que, de alguma forma, ela até me tem em boa conta, mesmo quando insiste que a porta do meu prédio só está fechada quando venho carregada ou quando me apresenta o depósito vazio apenas quando estou com pressa.
Na verdade, gosto da forma fácil e descomplexada com que, olhos nos olhos, nos encaramos: eu e a minha sorte.
Sem grandes favorecimentos, ela exige de mim o suficiente para me conseguir orientar, e eu, bom, eu exijo dela a calma que me permite seguir firme, errando, claro, algumas vezes, mas vitoriando a grande maioria delas.
Mesmo com portas fechas e depósitos vazios, lá nos vamos entendendo e as coisas boas acabam sempre por acontecer.
No final do dia, isto é apenas o que conta: sou mesmo uma miúda com sorte.