Feira do Livro.
Esteve um dia óptimo e eu cheia de vontade de ir até à Feira do Livro.
Mas não. Passei por lá apenas por breves minutos que, embora tenham servido para sentir o cheiro dos livros, souberam a pouco.
Em oposição, tenho a secretária recheadinha de legislação. Gostava que as finanças tivessem a mesma dedicação e leveza comigo que eu tenho com elas. São calhamaços de códigos tributários que ocupam espaço, peso, tempo e trabalho. Dedicação e leitura em detalhe.
Estava um bom dia para passear pelo Parque, para salpicar os olhos com as novidades, procurar boas oportunidades e comer uma fartura.
Não há muitos eventos na cidade que adore tanto como a Feira do Livro. E também não há mais nenhum evento literário onde eu gaste tanto dinheiro. Dinheiro que representa investimento, claro. Apesar de tudo, sou uma pessoa positiva.
Mas aqui estou eu, minimamente arranjada, entre a analítica e a financeira que, contas feitas, venha o diabo e escolha. Já esgotei a minha quota de paciência para calcular margens e percentagens de acabamento. Juro-vos que já não tenho posição na cadeira quando a pergunta incide sobre qual o custo unitário de cada tonelada de farinha.
Pagava para poder ter vivido mais a Feira, neste feriado que juraram ser de mau tempo mas que se revelou luminoso e solarengo. Já nem me importava com as alergias se isso implicasse o namoro demorado com os livros.
Resta-me o consolo de haver ainda muita Feira para além da data do exame.
Boa noite:)