Isto é tão bom que nem parece português.
Há muitos, muitos anos, ouvia-se muito esta frase: “isto é tão bom que nem parece português”. Depois, os anos passaram, a sua frequência diminuiu, diminuiu e diminuiu, até que desapareceu. Hoje já ninguém diz que “isto é tão bom que nem parece português”. Hoje as pessoas dizem “isto é tão bom, vê-se mesmo que é português”.
Gosto desta nova postura, resultado do facto de termos, finalmente, provado, lá fora mas, principalmente, cá dentro, que somos, de facto, os melhores do mundo, a começar pelo futebol, a passar na Eurovisão (vamos esquecer o resultado, foquem-se na organização) e nos Web Summits desta vida.
O turismo flui e o pastel de natal foi internacionalizado. O bom tempo, de uma forma geral, existe e aquece-nos a nossa vontade de viver e a comida, de norte a sul, é maravilhosa. As cidades estão modernas, arranjadas e luminosas, tal como o nosso discurso. Sim, tal como o nosso discurso.
Gosto desta esperança, desta forma positiva de encarar a vida. Claro que sim, é óptima, dá confiança, oferece fé, vê-se mesmo que é portuguesa.