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(in)sensatez

por Catarina Duarte

(in)sensatez

por Catarina Duarte

Sex | 27.01.17

Marcas.

Catarina Duarte

Tenho um lugar no meu pulso esquerdo, o pulso marcado para o relógio que não uso, reservado para a minha praia.

No meu tornozelo direito onde, quando era mais nova colocava pulseiras, está reservado, talvez por isso mesmo, para os baloiços da minha infância.

Não vou falar do meu pescoço onde, em cada pedaço dele, guardo filamentos do meu casamento.

No meu dedo mindinho direito registo a saudade da casa da minha avó e no canto superior esquerdo da minha testa recordo, com imensa dor, os bifes do meu avô.

No centro, lá bem no meio deste aglomerado de células e bactérias alinhadas com alguma lógica, estamos nós.

No que não consigo ver mas também (e, talvez, especialmente) no que consigo tocar, registo o que fui, certamente o que sou e talvez o que serei.

É aqui (corpóreos e reais) que fazemos falta e é onde sentimos, com força, a falta do que já passou.

 

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