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(in)sensatez

por Catarina Duarte

(in)sensatez

por Catarina Duarte

Ter | 08.05.18

Menos plástico, por favor.

Catarina Duarte

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Se eu mandasse (sempre quis começar uma frase assim), a primeira coisa que fazia era proibir os sacos de plástico. Se estou a ser exagerada? Vocês sabem que eu sou um bocado exagerada mas, retirando o exagero que já me conhecem, estão a ver a ideia. Se analisarmos bem, a quantidade de sacos de plástico que usamos é, simplesmente, assustadora.

 

Não percebo, juro que não percebo, porque é que há lojas que ainda dão sacos de plástico em vez de sacos de papel. Depois, claro, temos outras marcas que têm sacos de papel durante a maior parte do tempo e, nos saldos, soltam a louca e dão sacos de plástico (aqueles pretos, sabem?). Mas porquê? Porquê?

 

Em Boston, no Whole Foods, ao pagar, somos brindados por um desconto por cada saco que levamos para colocar os nossos produtos. Sim, já sei que aqui, em Portugal, isso seria engraçado: era ver a malta a levar 30 sacos para 30 iogurtes. O princípio, porém, é bastante interessante e merecia mesmo ser explorado e adaptado à nossa realidade. Fica a dica.­­

 

Quando começamos a estar atentos, vemos que tudo – tudo – o que consumimos tem plástico. Façam o exercício e vejam, por exemplo, num pacote de bolachas que tenham lá em casa, a quantidade de saquinhos e saquetas, uns dentro dos outros, apenas para acondicionar umas miseras bolachas.

 

Ando a fazer imenso esforço para reduzir o plástico mas, claro, ainda há muito a fazer. No geral, acho que já consegui reduzir bastante o seu consumo.

 

Se fizerem uma rápida pesquisa concluirão que as consequências do uso desmensurado do plástico são desastrosas. Desafio-vos a pesquisarem imagens da Ilha de Plástico, no Pacífico, que, segundo informação, já tem 17 vezes o tamanho de Portugal. Vão ficar chocados.

 

Resolvi, então, reunir algumas ideias para quem, como eu, está neste processo. Não incluí opções como reutilizar nem reciclar porque, bom, suponho que isso já todos nós façamos.

 

Aqui estão elas:

 

- Deixar as palhinhas – Tenho a confessar que era viciada em palhinhas. Os meus pais tinham sempre palhinhas em casa por minha causa, sempre que ia lanchar fora ou tomar um copo à noite pedia sempre – sempre – palhinha. Era ridículo, podem dizer, até porque, bom, parecendo que não, já não tenho 10 anos. Há já uns meses que cortei de vez com as palhinhas.

 

- Deixar de beber café em copos de plástico – Eu bebo, num dia calmo, três cafés por dia. No escritório, usava sempre copos de plástico. Contas rápidas = 48 semanas x 5 dias x 3 cafés = 720 copos. Setecentos e vinte copos de plástico que eu gastava por ano! Solução: passar a usar copos de cartão ou chávenas de loiça (é a minha opção).

 

- Iniciar o processo de compras a granel – Já ouvi o argumento que o valor/kg das compras a granel é mais caro. Mesmo que o seja, o desperdício é menor – porque só compramos o que, de facto, vamos consumir -, logo, há poupança. Quando se compra a granel, normalmente, acondicionamos os produtos naqueles “envelopes” de papel.

 

- Andar com um saco de pano na carteira – Permite-nos usar nas pequenas compras. Muitas vezes compramos uma peça de fruta e um sumo e levamos num saco plástico.

 

- Deixar de utilizar garrafas de plástico – Estou a ter alguma dificuldade em cumprir este ponto mas chego lá. Isto porque compro packs de água para beber no escritório (bebo, todos os dias, litro e meio de água engarrafada). Estou a pensar adquirir garrafas de outro material para ir enchendo, sem recorrer às garrafas de plástico.

 

Uma nota: nós, consumidores finais, fazemos a nossa parte, mas o que sinto é que, as empresas de grande consumo, também deviam fazer a delas e, de facto, vejo muito poucas a terem real interesse em arranjar uma solução para a maldição do plástico.

 

Ainda há muito trabalho a fazer – mesmo muito – mas aos poucos chegamos lá.

 

Têm mais dicas para a troca?

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