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(in)sensatez

por Catarina Duarte

(in)sensatez

por Catarina Duarte

Sex | 14.10.16

O meu problema com Bob Dylan.

Catarina Duarte

bob dylan.jpg

 

Conclui que o meu grande problema sobre esta questão, do Nobel da Literatura ter sido entregue a Bob Dylan, foi mesmo uma questão de gestão de expectativas.

Ele não foi atribuído a Miguel Araújo e isso desola-me.

Deixa-me triste e devastada: todos conhecem o quanto eu gosto das letras e músicas dele. Se tivesse sido entregue a Miguel, este Nobel da Literatura, de certeza que eu, pelo conhecimento da sua obra musical, teria aceite. E concordado. Ele é poesia nas letras que compõe. Ele é romance. Ele mudou o paradigma de como se ouve musica em português.

Sim, é verdade. Só que não chega.

Por muita boa vontade que eu tenha, não consigo encarar Bob Dylan como alguém merecedor de um prémio Nobel da Literatura.

E, infelizmente, isto trata-se, exactamente disso: de um prémio que pretende valorizar uma obra completa nesta arte que é a literatura. Não digo que um escritor não possa escrever músicas (atenção!).

Agora, atribuir directamente esse prémio a alguém que se distingue no campo musical, é redutor.

Para mim, é redutor. Há, de facto, escritores vivos merecedores deste prémio. Muitos e bons! Escritores com obras reconhecidas e com carradas de linhas escritas. Por muito que Bob Dylan tenha influenciado vidas, fê-lo sempre na vertente musical - e não é esse o âmbito deste prémio.

Aqui pelo meio, posso estar a cometer algumas injustiças mas, a ideia geral, é mesmo esta: o âmbito do prémio foi, de facto, alargado e não estava, de todo, preparada para isto.

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