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(in)sensatez

por Catarina Duarte

(in)sensatez

por Catarina Duarte

Qua | 16.08.17

O terrível momento “Unsubscribe from this list”.

Catarina Duarte

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Todos nós já passamos por este momento.

 

Do nada, pertencemos a uma lista e, devido a essa situação, começamos a receber uma determinada newsletter, na nossa caixa de e-mail, de forma completamente maluca: promoções, campanhas, eventos e conversa fiada, no geral.

 

Não sabemos muito bem como aconteceu – afinal, nunca tivemos qualquer contacto com essa empresa (ou, se tivemos, foi um contacto remoto, ocasional, numa noite de copos, que queremos esquecer) – e, de repente, somos bombardeados com informação, a nossa caixa de e-mail começa a ficar entupida, com todos os seus e-mails misturados (uma mixórdia completa de e-mails com interesse com outros que, de interesse, têm muito pouco), uma salada russa difícil de fugir, pegajosa e fora de prazo – e, logo eu, que nem gosto assim muito de maionese.

 

Há sempre um momento em que dizemos: vou sair desta lista. Sim, malta, há essa opção, chama-se o "unsubscribe from this list" e consiste, basicamente, em carregar num link com o mesmo nome, no fundo dessa newsletter, e depois é só selecionar uma das opções onde explicamos a razão que nos fazem querer abandonar esta newsletter: já não queremos receber esta informação, estes e-mails não são apropriados, são spam, entre outras, muitas outras, opções.

 

Mas, bom, há qualquer coisa que nos faz querer adiar este momento. Nós nunca quisemos, de facto, pertencer a este grupo, não gostamos de estar sempre a ser bombardeados com essa informação, tudo isto é verdade, mas agora que pertencemos ao clã, não queremos sair dele. Parece que o nosso subconsciente sabe que, no momento em que o fizermos, algo de muito bombástico vai ser noticiado por este canal e que pode mudar a nossa vida para sempre.

 

É triste e, especialmente, difícil fazer este corte mesmo quando se trata de algo que já não gostamos.

 

Para quem se sente agarrado a estas newsletters, eu tenho um truque: ocasionalmente, percorro todos os meus e-mails, seleciono todos os e-mails de newsletters e analiso, de forma fria e crítica, se de facto me interessa aquela informação. Caso conclua que não, respiro fundo, tomo um calmante (brincadeira, ‘tá?), volto a respirar fundo, e carrego, sem olhar para trás, sem lamentar, no "unsubscribe from this list". É duro, mas é possível. Juro.

 

Caso contrário, ano após ano, sou afogada no meio de e-mails sem qualquer interesse, de marcas com as quais não me identifico,  mas relativamente às quais me mantenho agarrada devido a um receio injustificado de aparecer uma notícia ou uma promoção de um produto, que nunca me interessou, mas que, sem o qual, já não vou conseguir, de certeza, viver sem.

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