Oficialmente, uma senhora.
Entrei (atrasada para a consulta) naquele prédio recuperado da Avenida da Liberdade.
A fachada era antiga e estava pintada, não de fresco, mas de novo.
Uma senhora, sentada num banco, à entrada, sublinhava calmamente – com aquela calma que as pessoas de idade têm e que eu invejo - frases de um livro que lia. Escrevinhava também nas suas margens.
Disse, quando me viu entrar, com verdadeira educação:
“Boa tarde, minha senhora.”
E eu, bom, eu cresci logo mais dez centímetros, não por me sentir superior, mas por vaidade pura, afinal era (agora) uma senhora.
Devolvi, então, a tarde que se tornou, entretanto, boa e convenci-me que agora, como senhora, é sempre a melhorar.
Estou aqui: