Opinião: Os Homens que Odeiam as Mulheres, de Stieg Larsson
Sei que já vou com quase 10 anos de atraso mas tenho mesmo algumas coisas a dizer sobre o livro “Os Homens que Odeiam as Mulheres”, que tanto furor fez, do escritor Stieg Larsson.
Acabei-o há umas semanas e, bom, desculpem-me os fãs, não o achei tão maravilhoso como todos dizem que é. Aliás, não o achei, de todo, maravilhoso.
Para começar, achei que a escrita não é, propriamente, brilhante. Claro que, quando se fala de um livro policial, uma pessoa já dá de barato que a escrita não seja a melhor coisinha do planeta mas, mesmo assim, com todo o burburinho em torno este livro, achei que, de alguma forma, me fosse surpreender – admito que aqui tenha sido uma questão de gestão de expectativas.
(Querem um policial bem escrito? Leiam “O Imenso Adeus” de Raymond Chandler: “Se há escritor no universo literário que contribuiu para que a literatura policial deixasse de ser olhada como um género menor e pouco recomendável, esse foi certamente Raymond Chandler." )
Quanto às personagens, gostei da Lisbeth Salander, cumpriu o seu papel de miúda enigmática, é uma personagem com muito carisma e que desperta curiosidade. Mas, o caldo entorna, quando falamos de Mikael Blomkvist, devo dizer que o achei muito, mas mesmo muito, previsível. Aquele final dele com a outra (só um bocadinho de spoiler - espera lá, ainda se pode falar em spoiler quase 10 anos depois?) estava-se mesmo a ver, malta!
A história é original, o ambiente muito ao estilo de policial sueco que, na verdade, é o que este livro é.
Ponto muito franco: só a mais de metade do livro (sendo que estamos a falar de um livro que tem 539 páginas) é que a história me agarrou, verdadeiramente. Ora, num livro policial, não é isso que se pretende: quer-se uma escrita rápida, fluída, que agarre quase na primeira frase.
Bom, irei ler os dois que faltam (já ouvi dizer que o segundo volume é muito melhor) para fechar este ciclo.
É um livro mediano, longe, muito longe, do livro que me venderam.
Rating: 3/5