Opinião: The American Meme.
Ontem, entre o cancelamento de um jantar de Natal e o estado de preguiça em que me encontrava, comecei a ver um documentário, disponível na Netflix, chamado “The American Meme” que, basicamente, retrata a vida de algumas das pessoas que vivem e ganham dinheiro por partilharem as suas vidas nas redes sociais e que são viciadas nos likes e que não vivem sem a aprovação dos outros.
Não é um documentário brilhante e até achei que focou, este assunto, bastante pela rama, que tinha, na verdade, muito por onde ser explorado, mas fala-nos de exemplos concretos, como a Paris Hilton, Brittany Furlan que está noiva do Tommy Lee, o ex da Pamela Anderson, e de Emily Ratajkowski (Emrata, para os amigos).
Este documentário fala da velocidade com que as imagens se propagam na internet e em como estamos todos sedentos por histórias bizarras, memes hilariantes, situações estranhas e vidas exageradas. Na verdade, quanto mais bizarra for a situação, mais nós gostamos, o que origina que sejam criadas sempre mais e mais novidades e episódios insólitos, como aquelas que nos fornece o The Fat Jewish.
Mas foca também a solidão, num mundo cheio de fãs e de pessoas que nos adoram e que pretendem a nossa presença em todo o lado. No final do dia, há uma cama para dormir, um estilo de vida totalmente solitário sem espaço para a criação de, por exemplo, uma família, de estabilidade emocional e de paz.
Algumas destas pessoas são fenómenos da internet e, como fenómenos que são, podem ser rapidamente substituídos, quando as agulhas do que é novidade se voltarem para outra coisa qualquer que desperte mais interesse do público. Tudo isto, na internet, é demasiado frágil, demasiado rápido, demasiado fraco.
E depois? Bom, depois, ou utilizaram estas plataformas, esta democratização que a internet permite, em prol de algo realmente útil, ou vão cair rapidamente no esquecimento de todos.
Vejam. Não esperem um documentário espectacular mas dá para ter uma ideia muito concreta do que é este mundo onde, com mais ou menos incidência, todos pertencemos.
Já viram? Gostaram?