Opinião: Três Cartazes à Beira da Estrada.
Iniciei, oficialmente, a viagem por entre os filmes nomeados para os Óscares deste ano. Porém, apercebi-me, logo no início desta aventura, que vai ser uma viagem curta. Não há muitos filmes que, à partida, tenham a ver comigo. Na verdade, só há dois que quero mesmo ver e um deles despachei-o já neste domingo gelado que passou.
O filme “Três Cartazes à Beira da Estrada” tem, na minha perspectiva, muita coisa boa e algumas coisas menos boas: as boas chegam-me para reconhecer que é um bom filme; as menos boas levam-me a concluir que vai ser um filme que não vai deixar marcas.
O que gostei?
Gostei muito da interpretação da Frances McDormand, nomeada para o Óscar de Melhor Actriz: gostei dos gestos e dos seus silêncios, fiquei maravilhada com as suas expressões (recordo uma, logo ao início do filme, quando estava no carro, com um dedo a raspar nos dentes, um movimento que nos é normal e que chega a ser anormal reproduzi-lo com aquela naturalidade), gostei também da forma como trabalhou a sua postura masculina, a sua forma de andar e falar, enfim, toda a sua caracterização, tão dura, tão rude, convenceu-me.
Também gostei da forma como conseguiram contrabalançar a dureza do filme com algumas cenas de humor, permitindo, deste modo, aligeirar a sua solidez.
Ando particularmente atenta aos arcos das personagens e as suas evoluções, neste filme, são notórias. Gostei de todas: bem construídas, fortes, com um claro desenvolvimento ao longo da trama.
O que faltou?
Faltou um final e uma mensagem clara. Há uma cena, lá pelo meio, que me pareceu ter sido colocada às três pancadas. Depois, mais tarde, vemos que essa cena tem ligação com o final do filme, porém, de forma meio atabalhoada. Sou sincera: não adorei o seu desfecho, não me passou nada, o que é pena.
Vejam mas, na minha opinião, não será um filme para a vida.
Já agora: qual será o outro filme que tenciono ver assim que conseguir?