Plateia.

(Fotografia analógica tirada pela minha prima Margarida.
Podem seguir o trabalho dela, no seu instagram @shadowplay35)
Nós temos uma plateia (a partir de quantas pessoas podemos começar a chamar plateia? três?) que nos lê que é igual a nós.
Parecendo que não, se entraves houvesse no que há escrita diz respeito, isto facilita muito a vida a quem escreve.
Esta plateia sente como nós e vive como nós. O ar que expele é igual ao nosso e as suas necessidades, claro, são as mesmas que as nossas.
Sempre que uma história é escrita, ela nasce daquilo que nós somos. Aquilo que queremos transmitir é sobre nós (ainda que não o seja diretamente) e é também, algures no meio dos parágrafos, sobre a plateia a que nos dirigimos.
Quando me perguntam se escrevo para mim ou para quem me lê, fico sempre confusa.
Eu escrevo para os dois lados porque, no final do dia, são a mesmíssima coisa.
É só isto.