Segunda-feira.
As unhas estão lascadas, o vermelho-sangue estalou, à custa de muitas mãos passadas por água quente: enquanto fazia a sopa, enquanto arranjava os legumes, enquanto os cortava, enquanto os molhava no caldo quente.
Tinha tudo para correr bem: as unhas pintadas, a semana a iniciar-se limpa, sem ruído, pronta a ser riscada na sobriedade de umas unhas perfeitamente arranjadas.
Era segunda-feira quando a decisão de fazer a sopa, de cozinhar foi tomada.
Foi na segunda-feira que o verniz, vermelho-sangue, foi levantando, foi partindo, foi-se desfazendo.
Era segunda-feira e o prenúncio de uma semana por escrever foi travado.
Segunda-feira.