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(in)sensatez

por Catarina Duarte

(in)sensatez

por Catarina Duarte

Qui | 14.07.16

Sobre o Cartão de Cidadão. Ou sobre como se consegue descredibilizar um assunto.

Catarina Duarte

Já aqui falei que, hoje em dia, as pessoas debatem. Muito. E arranjam todas as situações rocambolescas para ilustrar temas que, muitas vezes, são autênticas batalhas pessoais, verdadeiros projectos de uma vida exclusivamente dedicada a uma determinada temática.

Há um lado perverso nisto de procurar ganhar todas as guerras que se trava, que é a velocidade com que se queimam os assuntos.

Agora que os ânimos serenaram na questão do cartão do cidadão, cujo nome, segundo proposta, seria passar a ser cartão de cidadania, recordo-me de um comentário que uma determinada pessoa (bastante conhecida) fez sobre como a guerra pela igualdade dos géneros pode ser feita de forma muito mais eficaz tocando em pontos que, de facto, são importantes.

Aparentemente as filhas da referida pessoa têm pouca diferença de idades, devido ao facto de a segunda filha não ter sido propriamente planeada. Quando a mulher desta dita figura pública comunicou à empresa onde trabalhava que estaria grávida novamente, a empresa, de forma subtil, disse que seria melhor para todos, que ela se acalmasse nisto de engravidar.

Julgo que é aqui, neste ponto, que reside a verdadeira discriminação.

São nestes exactos momentos que a guerra, a haver, deve ter a sua origem.

Estou-me a lixar para o nome do cartão de cidadão, nunca pensei no seu nome como uma afronta pessoal. Nem eu, nem (aparentemente) ninguém. Sim: foquem as vossas antenas para situações relevantes mas, se querem abrir guerras que, pelo menos, o façam com o mínimo de (bom) senso.

É que queimar argumentos por um autêntico “não-assunto”, só descredibiliza quem dá o mote e, pior ainda, arrefece o próprio problema.

 

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