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(in)sensatez

por Catarina Duarte

(in)sensatez

por Catarina Duarte

19.03.18

Neste Março.

Catarina Duarte
  As gargantas arranhavam de tão secas que estavam, os veios já estavam demasiado abertos e a terra pintava-se de castanho e de creme e de aridez.   Em circunstâncias normais, mandávamos vir com estas águas e com estes tornados e com estes temporais. Esta chuva nunca mais acaba! – Era comum ouvir-se, em qualquer sala em que se entrasse. Hoje, neste Março, muita coisa mudou: podemos até pensar mas o bom senso não nos deixa ir mais longe.   Atualmente, 80% do território já não está em situação de seca. (...)
09.03.18

Neste temporal, vamos fazer diferente.

Catarina Duarte
Não sei se é a seleção natural, mas não há agitação marítima em Portugal que não venha acompanhada de malta, que se vai pôr junto às marginais desta vida, a tirar fotografias e selfies, embasbacada com o tamanho das ondas (são ondas, senhores!).   Posso estar a ser muito agressiva (desculpem, é sexta-feira, dormi pouco e este fim-de-semana vai ser de chuva) mas isto roça o limiar da burrice.   Vamos lá ter juízo e passar os próximos dias afastados do mar (de (...)
08.01.18

Quanto tempo vai durar a recordação de nós?

Catarina Duarte
    Não estou a falar da nossa recordação ou da nossa capacidade de memória. Refiro-me à recordação que têm de nós.   Penso tantas vezes nisto.   Quantos de nós se lembram dos seus trisavós? Quem os conheceu realmente? Ainda repetem as suas histórias, as histórias que ouviram de boca em boca, ou já caíram completamente no esquecimento?   Imagino, dos bisavós para trás, que não conheci nenhum, todos a preto e branco e sem se rirem.   Não sei os seus nomes, eles (...)
17.12.17

Há um tempo para tudo.

Catarina Duarte
Há um tempo para tudo.   Há um tempo para vivermos a Islândia com mais luz, há um tempo para visitarmos o Japão com as amendoeiras em flor e há, claro, um tempo para mergulharmos no Oceano Índico sem monções.   Mas há, também, um tempo para fazer, para criar, para realizar ou, pelo contrário, para assumir o abandono de algo.   Por vezes, dizem-nos que nos devemos desligar ou ligar, que devemos fazer ou abandonar e nós não entendemos a mensagem. Mantemo-nos focados (...)
16.11.17

Fita métrica.

Catarina Duarte
  Ultimamente, tenho escrito sempre rodeada do meu livro cor-de-rosa preferido mas também, não sei porquê, de uma fita métrica.   Sobre a fita métrica que veio parar à mesa de onde vos escrevo, a sua história inicial não sei, mas sei que foi usada numa formação cujo objetivo era definir e quantificar o tempo.   Sobre a definição de tempo, já vos falei, tenho bastante dificuldade em compreendê-la e é até um tema que me inquieta e que revisito com regularidade. Escrevo (...)
13.11.17

O tempo.

Catarina Duarte
  O tempo sempre me intrigou.   Parece, à primeira vista, uma medida exata. “Um minuto é um minuto”, dizem vocês e eu concordo; embora, claro, sei que vamos discordar se referirem que “uma vida é uma vida” – aqui, quantos tempos cabem?   O livro Sapiens, de Yuval Noah Harari, diz, no seu primeiro parágrafo: “Há cerca de 13,5 mil milhões de anos, a matéria, a energia, o tempo e o espaço surgiram no que ficou conhecido como Big Bang. À história destes aspetos (...)